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Imunoterapia dá mais qualidade de vida a paciente com câncer, dizem médicos

Evento em São Paulo discutiu tratamentos alternativos e destacou importância do diagnóstico precoce

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Por Renata Okumura
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Evento discutiu avanços no tratamento de câncer Foto: Renata Okumura/Estadão

SÃO PAULO - Homero Gianni tem 65 anos e há quatro anos ele faz tratamento contra um tumor no rim direito. Ele iniciou a imunoterapia no ano passado e já descreve a evolução. "Senti uma mudança muito positiva. Voltei a ter disposição, paladar e olfato", disse. 

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Em 1995, Gianni descobriu que tinha um tumor no rim esquerdo. Na época, fez cirurgia para tirar o órgão. Anos depois, foi surpreendido com o diagnóstico de que a doença havia se espalhado para o rim direito. "No começo não sabia o que fazer. Hoje, procuro não pensar na doença. Sou comerciante e graças a Deus voltei a trabalhar. A doença está controlada e a cada quinze dias, eu faço o tratamento. É tratamento médico e espiritual", desabafa.

Além da radioterapia e da quimioterapia, a imunoterapia permite o controle adequado da doença. "Melhora as células de defesa do paciente para atacar os tumores. Com o tratamento, foi observada melhora importante dos sintomas dos pacientes", explica o oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer. A imunoterapia é utilizada em casos mais avançados, mas já há estudos para testar em outros estágios da doença. 

Segundo o oncologista Fábio Schutz, a imunoterapia é inovadora. "Para o paciente com câncer de rim avançado, a terapia é fundamental para melhorar o sistema imunológico", acrescenta.

Maluf, Schutz e outros especialistas participaram nesta quinta-feira, 23, do VIII Congresso Internacional de Uro-Oncologia, realizado na zona sul de São Paulo. O evento abordou a importância do diagnóstico precoce, principais avanços no tratamento de tumores de próstata, rim e bexiga e a necessidade de aumentar o acesso a tratamentos minimamente invasivos e eficazes.

Taxas. O Instituto Nacional de Câncer estima em 61.200 o número de novos casos de câncer de próstata este ano no Brasil. Cerca de 10 mil casos de câncer de bexiga também devem ser registrados. A incidência da doença está relacionada ao sedentarismo, hipertensão, tabagismo, exposição à substâncias tóxicas e à fatores hereditários. 

Sobre pesquisas que também responsabilizam mutações aleatórias de DNA, o oncologista Fernando Maluf avalia: "Ainda não é possível saber qual é o papel destas mutações aleatórias. Claramente deve existir uma pré-disposição natural individual."

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Ele defende tratamentos minimamente invasivos contra o câncer. "No futuro, o objetivo é curar os pacientes com remédios. Fazer a cirurgia apenas por causa da biópsia".

Conscientização. Nesta quinta-feira,foi lançada a campanha Qualidade de Vida Versus Câncer de Rim. O objetivo da ação é fornecer informações à população sobre a doença e reforçara importância do diagnóstico precoce. Em casos mais avançados, a mortalidade pode chegar a mais de 50%. Por isso, os homens, principalmente, devem criar o hábito de ir ao médico não somente em situações extremas.

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