Em entrevista à Rádio Estadão, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, voltou a defender as ações realizadas até agora. “Nós não estamos perdendo a guerra”, ressaltou. “Tudo estamos aprendendo agora, o Brasil é que está sendo responsável por todos os estudos.” Ao justificar o atraso na distribuição de repelentes, afirmou que “a decisão já foi tomada”. “Mas, entre a decisão e a efetivação, demora.” Certo da ligação entre microcefalia e zika, destacou que as mulheres devem “botar tela nas casas, usar repelente, mangas compridas, calças, meias, sapatos fechados” e ressaltou que o ato de engravidar deve resultar em precauções.
Continua valendo a recomendação de evitar a gravidez?
Nós nunca fizemos essa recomendação para não engravidar. O que estamos dizendo é que o ato de engravidar deve ser precedido de uma decisão muito séria, no momento que nós estamos vivendo, com uma epidemia de zika e microcefalia. Passamos para as pessoas, da maneira mais transparente possível, todas as informações disponíveis e necessárias para que tome a decisão. Tomando a decisão, que ela tome todas as precauções. A situação é muito grave e não pode haver nenhum descuido.
E o abandono de crianças até pelas suas famílias, como mostrado ontem pelo 'Estado'?
Esse é um problema que estamos enfrentando com muito cuidado. Uma mãe com criança com microcefalia é uma mulher que precisa de assistência muito grande do poder público. Estamos fazendo todo esforço possível para credenciar centros e construir novos. O problema é muito grave e sempre precisa de apoio maior.
Pesquisa Datafolha mostrou que a maioria é contra o aborto por microcefalia. E o governo?
Nós somos agentes do Estado e cabe a nós não fazer as leis, cabe a nós aplicar. E a lei brasileira não permite o aborto no caso de microcefalia.