Atualizada às 20h37
BRASÍLIA - O Brasil registrou a menor taxa de detecção de aids dos últimos 12 anos em 2014. Foram identificados 19,7 casos para cada 100 mil habitantes no ano passado, enquanto em 2002 a proporção de novos casos era de 22,7 por 100 mil. Embora a redução tenha sido significativa, não foi linear.
A queda ocorreu sobretudo entre crianças de ambos os sexos e em várias faixas etárias do grupo feminino. Os novos casos subiram de forma expressiva entre homens entre 15 e 29 anos e na população mais idosa, a partir dos 50 anos. Entre mulheres, o aumento foi registrado no grupo de 15 a 19 anos e na população acima dos 50.
Quando se avalia o número de casos de jovens em geral, os casos de aids passaram de 3.419 para 4.669 no período 2004-2014. Isso significa que a taxa de detecção passou no período de 9,5 para 13,4 por 100 mil.
Além da tendência de aumento de casos no grupo de jovens e idosos, indicadores mostram haver uma resistência na queda do número de mortes provocadas pela doença, apesar da oferta de medicamentos. Os patamares estão estagnados desde 2007. Naquele ano, a taxa nacional registrada era de 6%. Ano passado, o porcentual era de 6,1%. A dificuldade na redução é associada sobretudo ao diagnóstico tardio da doença.
Apesar do aumento em algumas faixas etárias, o governo comemorou a queda global das taxas de detecção de aids. “Nunca testamos tanto e mesmo assim, os números de novos casos caíram”, comentou o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Em 2014 foram feitos 7,8 milhões de testes e, neste ano, 9,6 milhões.
Meta. Ao apresentar os números ontem, quando foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra Aids, o governo anunciou que o País está próximo de cumprir a meta assumida com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Aids de ter 90% da população testada, 90% da população tratada e 90% da população com carga viral indetectável até 2020.
“Não há dúvida de que atingiremos a meta. Em 2030, conseguiremos atingir também o objetivo de a aids não ser uma epidemia”, avaliou o ministro da Saúde, Marcelo Castro. Ele observou, no entanto, ser essencial melhorar os indicadores de aids entre jovens.
A faixa etária que mais preocupa, de acordo com Fábio Mesquita, é a que está entre 15 a 24 anos. “Não é comparativamente a população que tem os maiores indicadores. Mas é nesse grupo que a velocidade de expansão é mais alta”, afirmou.