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Oito morrem em ataque contra equipe de conscientização sobre Ebola na Guiné

Corpos de três jornalistas, dois administradores locais, dois oficiais médicos e um pastor foram encontrados no sudeste do país africano

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Por Redação
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"Os oito corpos foram encontrados na latrina da aldeia; Três deles tinham a garganta cortada", declarou Damantang Albert Camara à Reuters Foto: TANYA BINDRA/EFE

Atualizado às 21h31

O assassinato de oito pessoas que tentavam conscientizar moradores sobre a contaminação por Ebola na Guiné expôs o quanto as populações rurais da África Ocidental desconfiam das autoridades, após anos de instabilidade política e conflitos, conforme relatou nesta sexta-feira, 19, a Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
O ataque ocorreu justamente na área em que se considera que teve início o atual surto, em março. Uma equipe de conscientização, com três jornalistas, médicos e um pastor, foi atacada na aldeia de Wome, próximo da cidade de Nzerekore, no sudeste de Guiné. O grupo foi levado para um cativeiro e executado. Para dificultar o resgate, até uma ponte teria sido destruída.
Oito corpos foram encontrados, alguns em uma vala comum, disse um porta-voz do governo, explicitando os riscos enfrentados por profissionais de saúde que lutam contra o vírus. Segundo o jornal inglês The Guardian, já haviam sido relatados conflitos no mês passado, durante a higienização de um mercado local. Muitos moradores acreditavam que o governo teria ligação com o surto, que já contaminou mais de 5 mil pessoas. Já os Médicos Sem Fronteiras relataram que os locais suspeitavam que se roubavam os órgãos dos mortos.
Continuidade. “Essa população em áreas de floresta tem realmente sofrido muito. Eles têm um comportamento pós-conflito, há uma falta de confiança óbvia”, disse o especialista da OMS Pierre Formenty. “Precisamos agora continuar o combate contra o Ebola e investigar os assassinatos, mas nada deve nos fazer parar. Devemos continuar o diálogo com a comunidade, devemos continuar a explicar nosso trabalho, continuar a mostrar empatia com as vítimas, com as famílias.” / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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