RIO - O porcentual de testes com resultado positivo para covid-19 processados pela Fiocruz deu um salto de 3%, em dezembro, para 37% em janeiro, em mais um indicativo da explosão de casos da doença em razão da disseminação descontrolada da variante Ômicron. Os dados são relativos a testes RT-PCR realizados na rede pública e consolidados no Escritório de Testagem da Fiocruz.
O número de testes também registrou um forte aumento. Na semana de 16 a 22 de janeiro, foram analisadas 121.275 amostras, um aumento de 195% em comparação com a média das oito semanas anteriores.
A Fiocruz tem três grandes centrais de processamento, no Rio, no Ceará e no Paraná. Ao todo, as centrais já processaram mais de 9,5 milhões de exames RT-PCR. Isso corresponde a cerca de 35% de todos os testes desse tipo realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Em menos de um mês, passamos de uma média semanal de 25 mil testes liberados com menos de 5% de positividade (em dezembro do ano passado) para um patamar de processamento que cresce a cada semana e já supera cem mil amostras por semana e 30% de positividade”, ressaltou a coordenadora do Escritório de Testagem da Fiocruz, Maria Clara Lippi.
Para a coordenadora-geral do centro de diagnóstico do Rio de Janeiro, Erika de Carvalho, a “explosão de casos” ocorreu por causa das confraternizações de fim de ano e do relaxamento das medidas de isolamento social com o avanço da vacinação.
“Isso fez com que a Ômicron se espalhasse e contaminasse um número muito grande de pessoas”, afirmou. “Sabemos que ela é uma cepa mais transmissível, e isso explica bem os números.”