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OMS adverte sobre riscos de cortes de orçamento na saúde

Diretora-geral da organização fez advertência durante abertura da conferência mundial que acontece no RJ

Por Efe
Atualização:

 Rio de Janeiro - A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, advertiu nesta quarta-feira, 19, aos Governos que "não repitam o erro" de cortar os investimentos na área de saúde devido à crise financeira mundial. "Os governos que cortaram seus gastos sociais na crise dos anos 1970 agora têm um sistema de saúde extremamente fraco e hoje sofrem (as consequências)", disse Chan em entrevista coletiva que concedeu no Rio de Janeiro por ocasião da abertura da Conferência Mundial dos Determinantes Sociais da Saúde, organizada pela OMS. Ela afirmou que, quando eclodiu a crise financeira em 2008, manteve uma reunião com as autoridades de saúde de diversos países do mundo para pedir-lhes que buscassem manter seu orçamento. A responsável da OMS disse que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão enfatizando para que não sejam cortadas despesas sociais, ao contrário do que aconteceu nos anos 1970, quando os governos aplicaram rígidos planos de ajuste fiscal. "São melhores notícias que naquela crise", declarou Chan, que também apontou a possibilidade de aproveitar melhor os recursos disponíveis pelos governos. "Sempre há coisas que se podem fazer. Há mecanismos em cada país para utilizar melhor os recursos disponíveis em saúde. É possível melhorar os serviços de saúde em qualidade e quantidade", acrescentou. Ela pediu que os governos cooperem com o setor privado e estimulem a participação das comunidades na aplicação de políticas para a universalização dos serviços de saúde. "Observamos crescer a desigualdade entre os países e dentro deles, sem recursos para saúde, educação, oportunidades de trabalho, especialmente para os jovens, moradia e nutrição infantil. Não temos uma boa sociedade", lamentou. A Conferência Mundial dos Determinantes Sociais da Saúde, organizada pela OMS, reúne autoridades de aproximadamente 120 países até a próxima sexta-feira no Rio de Janeiro para debater como a pobreza, a desigualdade e outros fatores não biológicos influem na disseminação de doenças.

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