27 de julho de 2020 | 08h45
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira, 27, que a pandemia do novo coronavírus é a pior emergência de saúde pública de interesse internacional decretada pela organização. "É a sexta vez que uma emergência de saúde global é declarada pelo Regulamento Sanitário Internacional, mas essa é facilmente a mais grave".
Na próxima quinta-feira, 30, fará seis meses que a agência deu essa classificação para a situação covid-19 e o Comitê de Emergência se reunirá nesta semana para reavaliar a pandemia.
Tedros ressaltou que, quando esse status foi atribuído ao vírus, em 30 de janeiro, havia apenas 100 casos da doença fora da China e nenhuma morte. De acordo com a organização, os números referentes à pandemia praticamente dobraram nas últimas seis semanas. As infecções chegaram a marca de 16 milhões no mundo e, as mortes, a 640 mil.
O diretor-geral também afirmou que, apesar das mudanças nesses seis meses, a base das medidas de combate permanece a mesma: encontrar os casos por meio de testagem e rastreamento de contatos, isolar suspeitos e confirmados, oferecer tratamento àqueles com a doença.
Também tem sido sempre recomendado pela entidade manter distância entre pessoas, evitar aglomerações e locais fechados, higienizar as mãos sempre que possível e usar máscaras em locais recomendados pelas autoridades.
"Onde essas medidas são seguidas, os casos caem. Onde elas não são, os casos sobem", disse o diretor-geral. Ele apontou casos de países que foram bem-sucedidos em suprimir grandes surtos - como Alemanha, China, Canadá e Alemanha - e outros que controlaram a transmissão antes da explosão de casos, como Vietnã, Nova Zelândia, Ruanda e Tailândia.
A OMS também alertou para a necessidade de controlar rapidamente surtos locais e casos individuais de covid-19 naqueles países que suprimiram a doença e, agora, reabrem os serviços. Para a entidade, a melhor estratégia nesses locais é encontrar o equilíbrio entre retomada de atividades e manter a trasmissão em níveis baixos.
"Já havíamos dito anteriormente que, quando as sociedades se abrissem e a mobilidade aumentasse, veríamos o retorno da doença", disse o diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan. "O real teste da capacidade de resolução de um país é quão rápido ele detecta esses sinais de que a doença voltou".
Ryan explicou que, se a vigilância e a identificação sobre esses focos forem feitas de forma ágil, não é necessário tomar ações generalizadas, como lockdown em todo o país. “Se você entender o caminho do vírus com precisão, você pode tomar medidas com precisão”.
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