Os países ricos deveriam deixar mais vacinas disponíveis às nações pobres nas quais o vírus H1N1, a gripe suína, está começando a se espalhar, disseram funcionários da Organização Mundial da Saúde (OMS), neste domingo, 4.
As vacinas para a gripe suína se fizeram mais necessárias em países em desenvolvimento com sistemas de saúde debilitados e com grandes populações jovens, que estão mais vulneráveis à doença, consideram os funcionários do órgão. "É possível ver um padrão diferente de impacto uma vez que o vírus começa a se espalhar e as grandes epidemias ocorrem em algumas das comunidades mais pobres do mundo", disse Julie Hall, especialista de infecções da OMS.
A agência, que declarou a gripe suína uma pandemia global em junho, diz que um terço da população mundial (cerca de 2,3 bilhões de pessoas) poderia pegar a gripe. Alguns países como os EUA, o Brasil e a França concordaram em destinar 10% de sua produção de vacina para países em desenvolvimento. Os laboratórios produtores doaram cerca de 150 milhões de doses a essas nações.
Mas a OMS diz que mais doações são necessárias, segundo David Nabarro, coordenador da divisão de combate a novas variantes de gripe. "O desafio durante as próximas semanas é trabalhar com a solidariedade entre as nações ricas e os países pobres para assegurar que a quantidade de vacinas adequada estará disponível", disse.
Setembro e outubro são os meses que marcam a temporada da gripe no hemisfério norte, mas há sinais de que uma segunda onda de gripe suína começará. "Já estamos vendo os EUA, países europeus, o Japão e o México anunciando um aumento repentino dos casos nas últimas semanas", disse Julie.
Até o dia 20 de setembro, a gripe havia matado 3.917 pessoas em 191 países desde que foi identificada, em abril, segundo a OMS.