OMS recomenda vigilância contra a gripe na Ásia

Dirigente da organização acredita que o vírus A (H1N1) pode infectar um terço ou mais da população mundial

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Por Darren Schettler
Atualização:

Um terço da população mundial pode ser contaminado pelo vírus A (H1N1) no ano que vem, e os governos asiáticos precisam ficar em alerta contra uma possível pandemia, disse um dirigente da Organização Mundial da Saúde nesta quinta-feira, 7.

 

"Esta é uma doença que pode potencialmente infectar um terço ou mais da população mundial nos próximos meses, no ano que vem", disse Keiji Fukuda em Genebra, onde fica a sede da OMS, para autoridades asiáticas de saúde reunidas em Bangcoc.  

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"Mesmo que a doença pareça relativamente branda em nível global, o nível da população global representa números enormes", acrescentou ele. Ministros da Saúde de Japão, China, Coreia do Sul e dos dez países da Asean (bloco regional do Sudeste Asiático) participam na sexta- feira de uma reunião na Tailândia para discutir a coordenação da luta contra a doença. Na quinta-feira, soldados e policiais montaram um esquema especial de proteção em torno do local do encontro, para evitar que se repitam protestos como os que levam ao cancelamento de uma cúpula regional em abril. O vírus já matou 44 pessoas no México e nos EUA e começou a se espalhar pela Europa. No Oriente, sua difusão ainda é limitada. Há cinco casos confirmados na Nova Zelândia, três na Coreia do Sul e um em Hong Kong. Após os surtos de Sars e gripe aviária nesta década, as autoridades asiáticas se dizem mais preparadas para evitar uma pandemia, pois houve melhora em seus sistemas de vigilância, laboratórios e estoques de medicamentos antivirais. Mas David Nabarro, coordenador da ONU para o combate a gripes, alertou que os governos podem ficar complacentes diante do fato de que muitas pessoas nos países mais afetados estão desenvolvendo apenas sintomas leves da gripe. Ele lembrou que a pior pandemia de gripe dos tempos modernos, a dita "gripe espanhola", que matou cerca de 40 milhões de pessoas em 1918-19, também começou com uma onda mais branda de infecções. "Temos de manter a vigilância e entender que o vírus com o qual estamos lidando poderia facilmente mudar e se tornar mais feroz. Não podemos baixar a guarda, independentemente do que estejamos vendo no momento", disse Nabarro à conferência. Fukuda afirmou que por enquanto não há uma decisão de alterar o nível de alerta da OMS contra pandemias, que está no grau 5. Ele pode tanto cair para 4 quanto chegar a 6, o topo da escala, o que ativaria planos emergenciais contra uma pandemia. "Acho que todas essas possibilidades estão em aberto agora, embora novamente seja muito provável que passemos à fase 6 no futuro próximo", afirmou. (Reportagem adicional de Kittipong Soonprasert)

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