
05 de fevereiro de 2016 | 09h03
GENEBRA - A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou nesta sexta-feira, 5, a recomendação emitida por alguns países latino-americanos afetados pelo vírus zika de que as mulheres não fiquem grávidas e disse que isso "ignora a realidade de muitas mulheres e meninas" que vivem em "um ambiente onde a violência sexual é tão comum".
Por isso, pediu aos países afetados pela propagação de casos de zika a garantia de que as mulheres tenham a informação, o apoio e os serviços necessários para determinar se desejam ficar grávidas e o momento oportuno para isso. /EFE
Laboratórios cobram amostras de zika
O Brasil foi um dos países que sugeriram às mulheres que evitassem ficar grávidas. Em novembro, o diretor Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, aconselhou às pernambucanas que adiassem os planos de gravidez até que houvesse maior clareza sobre as causas do aumento de casos de bebês com microcefalia no Estado. "Não engravidem agora. Esse é o conselho mais sóbrio que pode ser dado", disse ele.
Jamaica, Colômbia, Equador e El Salvador também anunciaram que estavam sugerindo às mulheres que adiassem planos de ter filhos.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS), da ONU, pediu em janeiro que as mulheres fossem "cuidadosas" e que visitassem seus médicos antes de viajar para regiões afetadas. Mas não fez qualquer tipo de recomendação sobre adiar gravidezes nos países afetados.
Para a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), porém, "qualquer decisão de adiar uma gravidez é individual, entre a mulher, seu parceiro e seu médico".
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