ONU decide retirar a cannabis da lista de medicamentos mais nocivos

O Brasil, ao lado de Rússia, China, Cuba, Paquistão e Venezuela, votou contra; decisão pode afetar o mercado mundial da maconha

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Uma entidade da ONU dedicada ao controle de drogas decidiu nesta quarta-feira, 2, remover a cannabis e a resina de cannabis da lista dos medicamentos mais nocivos, decisão que pode afetar o mercado mundial da maconha.

A mudança ocorre quando vários países como Canadá, Uruguai e quinze estados dos EUA legalizaram o uso de maconha Foto: Richard Vogel/AP

PUBLICIDADE

O resultado da votação da Comissão do ONU que tomou a decisão foi de 27 contra 25, com uma abstenção. O Brasil, ao lado de Rússia, China, Cuba, Paquistão e Venezuela, votou contra. Tais países consideram que agora o relaxamento do controle do uso de cannabis envia uma mensagem errada no momento em que nações como Canadá ou Uruguai legalizaram maconha violando tratados internacionais, banaliza o consumo de cannabis e minimiza os danos à saúde que ela produz, como o aumento de transtornos mentais.

A mudança ocorre quando vários países como Canadá, Uruguai e quinze estados dos EUA legalizaram o uso de maconha. Outros, como México, Luxemburgo ou Israel, têm iniciativas legais em curso na mesma linha.

Com essa decisão, a agência sediada em Viena tira a cannabis e a resina Cannabis da Categoria IV da Convenção sobre Narcóticos, assinada em 1961, onde estava junto com drogas como heroína. As substâncias incluídas na Categoria IV são um subconjunto da Categoria I, que exigem o mais alto nível de controle internacional. A agência decidiu manter cannabis e resina de cannabis lá, ao lado de cocaína e opióides.

Isso implica que os países membros não podem legalizar a maconha sob o sistema internacional de controle de drogas. Para que um medicamento seja incluído em uma das categorias, os especialistas avaliam sua utilidade médica em comparação com seus efeitos nocivos.

O Estadão consultou o Itamaraty sobre o voto do Brasil, mas ainda não houve resposta. /COM AFP E REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.