A China deve melhorar seu sistema de segurança alimentar para com uma só lei e autoridade poder detectar em que ponto da cadeia - do produtor ao consumidor - existem problemas e adotar as medidas necessárias, disseram nesta quarta-feira, 22, analistas da ONU em Pequim. O gigante asiático deve obter um sistema de segurança alimentar em maior conformidade com os padrões internacionais, afirmaram estes analistas, autores do relatório intitulado "Avançando na Segurança Alimentar na China". O documento foi apresentado em Pequim pelo representante da ONU na China, Khalid Malik, que disse que esta nação "é ainda um país em desenvolvimento" e a entidade internacional pode ajudá-lo a colocar em prática um novo sistema de controle de alimentos. "A China deveria contar com uma lei única que legisle desde a produção ao consumo final ou pelo menos com regulações coordenadas", declarou Anthony Hazzard, especialista em Segurança Alimentar da Organização Mundial de Saúde (OMS) e autor do relatório. O sistema atual de controle da produção de alimentos na China, com inúmeras disposições e departamentos envolvidos e pouca transparência, faz com que se prolonguem crises como a do leite adulterado com melamina, que matou 4 crianças e atingiu outros 53.000 indivíduos, afirmou. A imagem da China foi ainda mais manchada após os recentes escândalos provocados por exportações de brinquedos, pasta de dentes, comida para animais domésticos e peixes contaminados para o Japão. Os especialistas pediram hoje à China que modernize o sistema esclarecendo quem é a máxima autoridade responsável ou Agência especializada que estabeleça responsabilidades. "É uma velha filosofia dizer que os Governos são responsáveis por tudo, pois quem produz alimentos também o é. É necessário um sistema que localize onde pode estar o perigo e de uma resposta única", afirmou Jorgen Schlundt, diretor de Segurança Alimentar da OMS. O importante, afirmou, é que o produto chegue em perfeitas condições ao consumidor e não cause danos às pessoas ou à economia. Na China, onde há tantas autoridades e departamentos implicados no sistema, tanto em nível central como local, se multiplicam os custos sem maior eficácia nem em prevenção nem na resposta para solucionar problemas, afirmou Schlundt.