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Os desafios do diagnóstico ao tratamento da artrite psoriásica

Com manifestações cutâneas e articulares que afetam a qualidade de vida, pacientes podem contar com terapias inovadoras

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Por Novartis
Atualização:
6 min de leitura

A artrite psoriásica1é uma doença articular crônica, inflamatória, progressiva, que provoca rigidez e dores nas articulações tanto periféricas (mãos, joelhos e pés) como também na coluna. Apresenta-se de diferentes formas nos pacientes, o que muitas vezes pode dificultar e atrasar o diagnóstico.  “Às vezes o paciente já chega ao consultório com deformidades ou alterações articulares mais graves decorrentes da falta de tratamento. Esse atraso tem um impacto muito forte na qualidade de vida e na resposta ao tratamento”, afirmou a reumatologista Tatiana Muller, responsável pelos ambulatórios de artrite psoriásica dos hospitais Moinhos de Vento e São Lucas, em Porto Alegre (RS), durante o webinar “Diálogos Estadão Think: Artrite psoriásica, do diagnóstico ao acesso ao tratamento”, que aconteceu no último dia 25, com transmissão pelas mídias sociais do Estadão. De acordo com a dermatologista Elisabeth Lima, responsável pelo ambulatório de espondiloartropatia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), um dos entraves no atraso do diagnóstico é a dificuldade de acesso dos pacientes a um médico especialista na atenção primária de saúde. É fundamental que o paciente leve todas as suas queixas ao médico durante as consultas. “O paciente que procura um dermatologista nem sempre diz que também está sentindo dor nas juntas. O médico precisa estar atento a isso.” Na maioria das vezes, a manifestação da artrite psoriásica, que não é uma complicação da psoríase2,ocorre primeiro na pele, com lesões avermelhadas e descamativas características da psoríase, mas há alguns casos em que a artrite aparece antes. O diagnóstico da artrite psoriásica é clínico³, feito com base na avaliação dos sintomas e de exames complementares. É importante que o tratamento seja multidisciplinar, mas quem faz o diagnóstico é o reumatologista, e é este especialista que deve ser procurado quando o paciente apresenta algum sintoma. 

Tratamento e qualidade de vida Segundo o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT)4  do Ministério da Saúde, a primeira opção de tratamento sempre inclui as medicações convencionais e os medicamentos modificadores de doença. Na falha de resposta, os médicos passam a oferecer as terapias biológicas, divididas em primeira e segunda linha. “De um tempo para cá houve um giro de 180 graus. Os medicamentos biológicos mudaram completamente o panorama da doença e impactaram de forma positiva a vida do paciente, que passou a sair do casulo, deixou de se esconder, passou a ir à praia, namorar. Essas novas terapias vieram para ficar”, disse a reumatologista Tatiana Muller. A doença não tem cura, mas tem tratamento5. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado contribuem para a prevenção do dano articular permanente e a consequente incapacidade física do paciente. “O melhor tratamento para o paciente é aquele que acontece de forma integral em todos os pontos de atenção, desde a busca do diagnóstico, uso das medicações adequadas e o acompanhamento do tratamento”, disse Marta Azevedo, presidente do Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará (Garce).

O alívio da terapia adequada

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Após a jornada em busca do diagnóstico correto, o tratamento adequado faz toda a diferença na qualidade de vida do paciente com artrite psoriásica. A escolha da medicação varia de acordo com cada doente e com a maneira como a doença se manifesta, mas pode incluir analgésicos, anti-inflamatórios, medicamentos modificadores da doença e, mais recentemente, fármacos imunobiológicos – que são mais modernos e foram desenvolvidos especificamente para determinadas doenças por meio de biologia molecular e engenharia genética. O Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde oferecem opções de medicamentos biológicos para artrite psoriásica.“Os novos tratamentos, os medicamentos biológicos de ponta, têm trazido um resultado satisfatório para os pacientes, que passam a ter uma vida social mais ativa, passam a ter uma mudança de comportamento e viver com a doença de forma mais tranquila e satisfatória”, disse Marta Azevedo. Até o dia 9 de março, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) tem aberta uma consulta pública3 para ouvir a opinião popular sobre o PCDT e a inclusão de mais medicamentos biológicos para artrite psoriásica no SUS. Clique aqui e tenha acesso a esta consulta pública. 

Se tiver interesse, participe.

1. https://www.reumatologia.org.br/videos/artrite-psoriasica/

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2. http://conitec.gov.br/ultimas-noticias-3/conheca-a-atualizacao-do-protocolo-clinico-de-artrite-psoriatica

3. http://www.reumatologia.org.br/downloads/cartilhas/CartilhaSBR_A4_ARTRITE%20PSORI%C3%81STICA.pdf

4. http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Portaria_conjunta_PCDT_Artrite_Psoriaca.pdf

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5. https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/artrite-psoriasica-sintomas-sinais-e-tratamento

Arte: Media Lab Estadão 

A importância do tratamento rápido, individualizado e correto

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Para além da estética e das dores, deixar de tratar corretamente a artrite psoriásica pode incapacitar o paciente O acesso à terapia medicamentosa1 para o tratamento da artrite psoriásica no SUS é uma realidade e inclui desde os medicamentos convencionais até alguns dos principais fármacos imunobiológicos disponíveis mundialmente. Para Cristiano Campanholo, reumatologista da Santa Casa e coordenador da Comissão de Artrite Psoriásica da Sociedade Brasileira de Reumatologia, é fundamental que o paciente tenha acesso aos medicamentos adequados, já que a sua falta pode levar a mudanças no funcionamento das articulações, aumentando o risco de limitações permanentes e a consequente incapacitação.  “Às vezes uma pessoa jovem acaba perdendo uma funcionalidade física por falta de tratamento da doença. Não é só uma questão estética ou de dor”, afirmou. Campanholo disse ainda que ter mais de uma opção de tratamento disponível permite um atendimento com mais qualidade e mais personalizado para o paciente.“Como médico, ter mais de uma opção na manga faz com que eu consiga ser mais assertivo no tratamento individual.”

As etapas do tratamento Ao indicar um tratamento, os especialistas precisam seguir as orientações do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT)2 do Ministério da Saúde, que inclui opções, mas nem todas na mesma linha de tratamento. Assim, o médico não tem total liberdade para prescrever, por exemplo, um medicamento biológico na primeira fase do tratamento, ainda que ele avalie que seja o mais adequado ao seu paciente.Segundo Campanholo, a Sociedade Brasileira de Reumatologia tem um grupo de 20 médicos que acompanham frequentemente o que há de mais moderno no mundo no tratamento da doença para lançar suas próprias diretrizes. Ele reconhece, entretanto, que a rede pública precisa avaliar o custo dessas incorporações como um todo. “Nós, como sociedade médica, pensamos sempre em oferecer o que há de melhor, e o SUS, como fonte pagadora, tem a preocupação do custo para o País. Por isso, nossas diretrizes nem sempre são iguais às do SUS.” Para a farmacêutica Helaine Capucho, professora da Universidade de Brasília (UnB), a conta dos gastos públicos com a saúde e até para os convênios é mais complexa, pois, a cada falha no diagnóstico e atraso no tratamento, o custo fica maior para o sistema de saúde e para o Estado. “Quanto maior a evolução da doença, mais complexo e mais caro fica o tratamento. E ainda tem outro custo, que é o do paciente economicamente ativo que fica deprimido, que deixa de conseguir comparecer ao trabalho, é demitido... Além do custo direto e indireto ao País, há o custo intangível do impacto nessas vidas, não só dos pacientes, mas também dos seus familiares.” Cristiano Campanholo acredita que a gestão pública de doenças crônicas ainda tem muito a evoluir. “Vemos muitos mutirões para o tratamento de doenças agudas, como o mutirão da catarata, mas quando se trata de doença crônica existe uma grande dificuldade”, afirmou, acrescentando que é preciso melhorar o atendimento especializado na atenção básica. 

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A participação da sociedade civil e das associações médicas é fundamental para a construção de políticas públicas e o acesso a novas tecnologias na rede pública de saúde. “Os avanços só acontecem com a atuação da comunidade. As pessoas precisam saber que têm esse direito de participar e de ajudar os gestores a escolherem o que é melhor a ser incorporado”, disse o deputado federal Leonardo Ribeiro Albuquerque, que é médico e coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Causa da Psoríase e Artrite Psoriásica da Câmara dos Deputados. A sociedade pode participar por meio de consultas e audiências públicas, enquetes e por meio de integrantes no plenário da Conitec.  “Os pacientes precisam saber que a evolução do sistema de saúde depende deles. As consultas públicas são um fator importantíssimo e um mecanismo que o paciente tem para fazer a sua voz ser ouvida na reivindicação de políticas públicas”, ressaltou Marco Aurélio Azevedo, do Garce. O deputado Albuquerque enfatiza a necessidade de os gestores ouvirem pacientes, associações e médicos. “O que temos que fazer para sair do achismo é ouvir a população e quem trabalha no dia a dia para ter a sensibilidade de criar políticas públicas realmente efetivas.” Até o dia 15 de março, a Conitec tem aberta uma consulta pública para ouvir a opinião popular sobre a disponibilização de medicamentos biológicos para artrite psoriásica no SUS na primeira etapa da terapia biológica. Clique aqui e tenha acesso a esta consulta pública. Se tiver interesse, participe.

1. http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Portaria_conjunta_PCDT_Artrite_Psoriaca.pdf

2. http://conitec.gov.br/images/Protocolos/Portaria_conjunta_PCDT_Artrite_Psoriaca.pdf

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Assista ao vídeo do Diálogos Estadão Think - Artrite Psoriásica: do diagnóstico ao acesso ao trata

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