06 de março de 2015 | 18h20
O aumento dos casos de dengue em São Paulo é causado pela mutação do vírus, que está mais forte. Para piorar, agora o mosquito Aedes aegypti está picando mais as pernas, canelas e os pés. Verdade ou mentira?
Informações como essas têm ganhado as redes sociais e assustado os moradores de cidades que enfrentam crescimento da doença. Para ajudar no combate da dengue, o Estado ouviu o médico infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas, ligado à Secretaria Estadual da Saúde. “As pessoas desconhecem o risco da doença. É muito importante que se faça, semanalmente, uma investigação nas residências em busca de focos do mosquito”, afirma.
Dicas para evitar a dengue
Confira, abaixo, os mitos e as verdades sobre o Aedes e a dengue:
Mito. O vírus continua igual. Não há características específicas para a doença nos casos deste ano.
Mito. O mosquito só se reproduz em água limpa e parada, pois a fêmea do Aedes aegypti precisa de pouco oxigênio para que seus ovos possam se desenvolver e gerar novos mosquitos.
Verdade. 80% dos focos de dengue são domésticos, ou seja, estão nas casas das pessoas. É muito importante que os moradores façam, semanalmente, uma checagem em suas casas em vasos, calhas, piscinas, etc.
Mito. A doença só é transmitida pela picada do mosquito fêmea do Aedes aegypti, que precisa estar contaminado pelo vírus para infectar uma pessoa.
Verdade. Não existe nenhum registro histórico de que um Aedes escolha só o tornozelo ou canela. Qualquer área exposta - braços, pernas, rosto - pode ser picada pelo mosquito.
Mito. Todos os mosquitos inoculam uma substância anticoagulante que tem ação alergênica. Então, as pessoas sentem a picada, com raras exceções.
Mentira. Não existe predomínio de ataques de mosquitos da dengue por gênero, raça ou etnia.
Verdade. O mosquito da dengue tem hábito diurno, mas nada o impede, estando dentro de casa, de picar à noite.
Verdade. Durante o verão, período em que há mais calor e umidade, com chuvas frequentes, aumentam os casos da doença.
Verdade. Porém nem todos são indicados. É preciso verificar na embalagem se o produto oferece proteção contra o Aedes aegypti. Vale lembrar que repelentes só podem ser usados a partir dos 2 anos de idade e deve ser evitado em casos de alergia.
Verdade. Mas nem todos os produtos têm efeito. É preciso ler as informações contidas na embalagem.
Mito. A pessoa infectada pelo vírus da dengue pode apresentar dores de cabeça - especialmente na nuca e atrás dos olhos -, no corpo, manchas avermelhadas, febre e fezes pastosas. Se o quadro for de dengue hemorrágica, o paciente pode ter sangramentos.
Mito. É proibido o uso de antiflamatórios, inclusive corticóides. Quem faz uso de corticóides de forma crônica - por asma, por exemplo - deve procurar um médico ao primeiro sintoma. O uso de ácido acetilsalicílico também é de extremo risco, pois aumenta c
Mito. A doença é grave e pode matar. É preciso ficar atento aos sintomas, beber muita água e procurar ajuda médica. Vômitos, sangramentos, dores de barriga, irritabilidade ou sonolência, a partir do terceiro dia, podem ser sinais de piora.
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