‘Os profissionais estão exaustos e a rotina é desgastante’, afirma chefe de UTI

Cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa relata alta carga emocional de lidar com pacientes na pior fase da pandemia

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Por Pablo Pereira
Atualização:

*Depoimento de Viviane Cordeiro Veiga, cardiologista chefe de UTI do Hospital Beneficência Portuguesa, além de presidente do Comitê de Analgesia, Sedação e Delirium da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib)

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“A rotina de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de covid é uma rotina extremamente desgastante. Depois de um ano de pandemia, os profissionais estão bastante exaustos. Exaustos pela alta carga de trabalho, pela alta carga emocional de lidar com esses pacientes. E com o que aconteceu do ano passado para cá.

Já esperávamos que neste período a gente já tivesse muita gente vacinada, com decréscimo das internações, do número de pacientes com covid internados nas UTIs. Mas, infelizmente, a nossa realidade é exatamente o contrário. 

'Estamos com muitos pacientes jovens, muito graves, nas nossas UTIs', diz a cardiologista Viviane Cordeiro Veiga, chefe de UTI do Hospital Beneficência Portuguesa. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Fora isso, estamos com muitos pacientes jovens muito graves nas nossas UTIs. É muito importante que a população mantenha as recomendações do distanciamento social, do uso de máscaras, do álcool em gel, evitar aglomerações. E a vacina é fundamental. Para quem já tiver oportunidade de estar sendo convocado para a vacinação: isso é muito importante neste momento. 

Sobre as UTIs lotadas, quero acrescentar que estamos passando pelo momento mais crítico de covid que já passamos, pelo menos aqui em São Paulo. A gente está com perfil totalmente diferente neste ano, com pacientes muito jovens, que permanecem muitos dias na UTI. E o que acontece é que as UTIs ficam lotadas."

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