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'Para Cuba, não há contratação individual'

Ministro diz que médicos da ilha ganham menos porque praticam 'internacionalismo proletário'

Por Angela Lacerda e RECIFE
Atualização:

O ministro da Saúde de Cuba, Roberto Ojeda, disse nessa segunda-feira, 11, que os médicos cubanos contratados pelo programa federal Mais Médicos não recebem o salário integral nem podem trazer suas famílias para acompanhá-los - ao contrário do que ocorre com os outros profissionais estrangeiros - com base em um princípio que norteia a saúde pública no país: o "internacionalismo proletário"."A saúde pública em Cuba tem um princípio incorporado que nós vamos acumulando em nosso pensamento, que é o princípio do internacionalismo proletário", afirmou ele, em visita a um posto de saúde da família no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes, ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da diretora da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, que participam do III Fórum Global de Recursos Humanos, em Olinda."No caso de Cuba não há contratação individual de médicos, há um convênio com a Opas e o governo brasileiro", destacou Ojeda, ao frisar que cada médico cubano tem emprego, salário e seguro social garantidos, assim como saúde e educação gratuitos. "Não falamos de exportação de serviços, falamos de colaboração, integração", disse, ao ser indagado sobre o tratamento diferenciado dado aos cubanos. Segundo Ojeda, Cuba tem hoje convênios de saúde com 60 países, o que soma 45 mil "colaboradores". O país tem a proporção de um médico para 137 habitantes. "Nós nos organizamos para que o profissional tenha a oportunidade de cumprir missões internacionais".Salário. Para a diretora da Opas, Carissa Etienne, as condições de trabalho dos médicos cubanos não ferem as leis internacionais de trabalho. "Não podemos abordar questões relativas a quanto os médicos vão receber", disse ela. "É um assunto entre os médicos e o governo cubano". Enquanto os outros profissionais do programa recebem salário mensal de R$ 10 mil e podem trazer parentes para o País, os cubanos ficam com pouco menos de R$ 1 mil. A família recebe uma parte, mas o porcentual maior fica com o governo.

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