Para europeus, gripe suína já matou 843 pessoas no mundo

Seriam 843 mortes em todo o mundo e cerca de 167 mil casos da infecção já registrados em laboratórios

PUBLICIDADE

Por Jamil Chade e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Os governos europeus se prepararam para um amplo esforço de vacinação contra a gripe suína nos próximos meses e alertam que as férias de verão no Hemisfério Norte podem gerar uma multiplicação de casos. Viagens mais frequentes, principalmente de crianças, podem ampliar o problema. Sem dados oficiais da Organização Mundial da Saúde, a Comissão Europeia divulgou seus próprios números. Seriam 843 mortes em todo o mundo e cerca de 167 mil casos já registrados em laboratórios.

 

Governo dos EUA busca voluntários para testar vacina H1N1

Austrália inicia testes de vacina de gripe suína em humanos

 

Mas especialistas apontam que o número real de pessoas contaminadas já seriam muito maior. Só o Reino Unido admite que pode ter tido 55 mil casos. Em Londres, o governo anunciou planos de vacinar metade da população até o final do ano, cerca de 30 milhões de pessoas. As primeiras doses da vacina na Inglaterra serão disponibilizadas já em agosto. 

 

O temor é também econômico. Um estudo da Ernst and Young apontou que a crise financeira e a gripe poderiam gerar uma queda no PIB britânico de 7,5%. Outro países também já reconhecem o problema. A França anunciou que já adquiriu 94 milhões de doses da vacina, que serão entregues em outubro. A Alemanha encomendou 50 milhões de doses.

 

Na Rússia, sem recursos para pagar por todos, o apelo é para que a população busque formas de se vacinar. A comissária de Saúde da Europa, Androulla Vassiliou, confirmou que vai propor uma plano de ação regional para lidar com a gripe. Uma das ideias seria a de criar um fundo para a compra de vacinas que seriam destinadas aos países do Leste Europeu.

Publicidade

 

Mas, enquanto isso, governos começam a adotar medidas de toda a natureza. Na Europa, vários países já pensam em adiar o retorno às aulas, marcado para setembro. Na França, o governo já prepara materiais educacionais para rádios e TVs caso tenha de fechar as escolas.  Um estudo publicado na revista médica The Lancet admite que fechar escolas pode ajudar a romper a cadeia de transmissão da doença, reduzindo a pressão sobre os serviços de saúde.

 

Mas o estudo, feito pelo Imperial College de Londres, aponta para os custos econômicos diante da obrigação dos pais de ficar em casa com suas crianças. 

 

Por enquanto, quem está ganhando é o setor farmacêutico. Os resultados financeiros da GlaxoSmithKline apontaram um aumento de 9% em suas vendas no semestre, mesmo diante da pior crise financeira em 60 anos. A empresa já recebeu encomendas de 195 milhões de doses da futura vacina contra gripe e planeja vender US$ 4,9 bilhões em antivirais, máscaras e vacinas.

 

A empresa confirma que está em negociações para a venda de seus produtos para 50 países. Mas as primeiras doses da empresa britânica irão justamente para o governo do Reino Unido, em agosto. A empresa admite que espera uma demanda sustentável "por alguns anos". 

 

A produção de seu antiviral, o Relenza, foi triplicado e até o final do ano 190 milhões de doses serão fabricadas. Só o governo americano comprará US$ 250 milhões em produtos contra a pandemia.  A empresa rejeita a tese de que esteja tirando proveito da pandemia e garante que enviará 50 milhões de doses da vacina para os países mais pobres. O volume é metade da compra apenas do governo britânico. Hoje, 70% da capacidade de produção de vacinas contra a gripe suína está na Europa. 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.