Para Unicef, tratamento contra Aids não será universal até 2010

Responsável da instituição afirma que demorará mais tempo para todas as regiões do mundo terem acesso

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Por Juan Ramón Peña e da Efe
Atualização:

O acesso comum a métodos de prevenção e tratamento da Aids não será obtido em todas as regiões do mundo até 2010, afirmou nesta terça-feira, 5, o responsável pelo programa de combate à doença do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Jimmy Kolker. O prazo havia sido fixado pelas instituições internacionais.   Veja também:  Novo tratamento de HIV 'permite pausa maior em terapia'  Grupo de combate à Aids pede mais foco na criação de vacina   "É certo que o ambicioso objetivo de acesso universal não será conquistado em todos os lados. Acho que teremos que continuar com nossa luta muito depois dessa data", disse o ex-diplomata americano em entrevista à Agência Efe.   Kolker participa esta semana da 17ª Conferência Internacional sobre Aids ("Aids 2008"), no México. O evento tem debatido a situação global do vírus HIV e da doença.   "A maioria dos países em desenvolvimento não completou o desafio, mas há progressos, e colocar objetivos ambiciosos é uma forma de medi-los", completou o especialista do Unicef.   Como exemplos positivos de acesso universal a meios de prevenção e tratamento, Kolker citou o Brasil e a Botsuana.   Entre os avanços globais contra a doença, o ex-diplomata americano citou as práticas para evitar a transmissão do HIV de mães grávidas a seus fetos e o acesso à informação sobre sexo seguro e prevenção de contágio.   "A educação é um assunto essencial, porque em muitas escolas são temas tabu (os relacionados com a aids), os professores não querem ensiná-los, e os governos não têm políticas específicas", lamentou.   Por isso, Kolker considerou um bom sinal a declaração assinada na última sexta-feira por ministros da Saúde de 30 países latino-americanos e do Caribe para promover educação sexual nas escolas.   Kolker assegurou que a epidemia é um "sério problema" na maioria dos países da região.   "Na América Latina e no Caribe, a infecção está afetando cada vez mais mulheres e crianças", declarou o especialista do Unicef.

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