04 de outubro de 2011 | 23h59
BRASÍLIA - O Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) está há pelo menos 20 dias sem produzir benzonidazol, medicamento para pacientes com doença de Chagas.
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Único produtor mundial, o laboratório aguarda a chegada de matéria-prima para retomar as operações. “Saímos do sinal amarelo e ingressamos no vermelho. Se houver qualquer imprevisto, teremos dificuldades em atender a encomendas”, admitiu anteontem o presidente do Lafepe, Luciano Vasquez.
O alerta da ameaça da falta de remédios foi feito pela ONG Médicos sem Fronteiras (MSF), que, ao lado da Organização Pan-Americana da Saúde, está encarregada de distribuir o remédio. “Diante do quadro que se aproxima, países como o Paraguai já suspenderam o diagnóstico de novos pacientes”, disse a coordenadora da Unidade Médica do MSF, Carolina Batista. “Não podemos identificar novos pacientes se o tratamento não está disponível. Também não há como iniciar a terapia e interrompê-la, por falta de remédios.”
Desde 2008, quando a Roche deixou de produzir o remédio, o Lafepe ficou responsável pelo fornecimento do benzonidazol. Até agora, a matéria-prima havia sido preparada pela Roche. No início do ano, com o fim dos estoques, a empresa Nortec foi contratada para fazer a substância ativa.
“Estamos dentro do prazo. Em maio, quando o contrato foi firmado, pedimos 150 dias para entrega dos primeiros lotes. Esse cronograma será respeitado”, afirmou o vice-presidente do Conselho Administrativo da Nortec, Nicolau Lage.
O Ministério da Saúde diz não haver atrasos. De acordo com ministério, o Lafepe mantém estoque estratégico de 2.738 caixas.
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