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Pelo coronavírus, hospitais e planos de saúde cancelam procedimentos não urgentes

Suspensão de cirurgias eletivas atende a recomendação do Ministério da Saúde

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – Hospitais e operadoras de planos de saúde estão adiando cirurgias e procedimentos não urgentes para deixar os leitos hospitalares livres para os prováveis pacientes do coronavírus. De acordo com a Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Fehoesp), as instituições já suspendem atendimentos ambulatoriais e “reservam energias” para prover a infraestrutura de capacidade máxima para atender a nova demanda. Conforme a entidade, a suspensão de cirurgias eletivas atende a recomendação do Ministério da Saúde. Os procedimentos estão sendo remarcados.

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Conforme a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), a situação do coronavírus no Brasil saiu da fase de contenção (foco para evitar a transmissão do vírus) e passou para a fase de mitigação, quando as ações e medidas têm o objetivo de evitar a ocorrência de casos graves e óbitos. “O Conselho Federal de Medicina (CFM) também orienta neste sentido – que suspendam os atendimentos ambulatoriais e a realização de procedimentos eletivos. O objetivo é deixar os leitos hospitalares livres, com capacidade de utilização disponível para o cuidado à saúde daqueles que mais necessitam neste momento”, informou.

Se o beneficiário do plano de saúde tiver dúvida, a recomendação é de que, antes de se dirigir a um pronto-socorro ou pronto-atendimento, entre em contato com sua operadora. A Abramge lembra que o exame de detecção do coronavírus é coberto para todos os beneficiários de planos de saúde, sendo indicado somente para casos graves que necessitam de internação. No último dia 12, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu o cumprimento, pelas operadoras de planos de saúde, de prazos de atendimento para a realização de procedimentos eletivos.

Hospitais e operadoras de planos de saúde já suspendem cirurgias não urgentes Foto: Hélvio Romero/Estadão

A estudante Andreia Gonçalves Brito, de 22 anos, usou o plano de saúde para agendar uma cirurgia ortopédica corretiva, mas não será atendida agora. “Foi uma luta para conseguir a autorização e estava esperando há seis meses. Estava marcada para ser realizada no dia 26 de março, em um hospital particular de Sorocaba, mas o plano já avisou que foi cancelada e eles vão remarcar não sei para quando”, disse. Andreia, que de início ficou aborrecida, agora reconhece que a decisão foi adequada. “Melhor assim, pois não vou precisar me expor e, em meu lugar, o hospital pode atender pessoas em situação mais grave."

Além dos hospitais públicos, clínicas e hospitais privados estão reduzindo a visita a pacientes para prevenir a disseminação do vírus. Em Sorocaba, a dermatologista Fernanda Gomes decidiu interromper o atendimento em sua clínica particular. “Tomamos a decisão em conjunto com os funcionários. A gente está acompanhando a gravidade do caso e a necessidade imperiosa de isolamento social, por isso não foi difícil convencer os pacientes que é hora de ficar em casa.” Ela, que também é homeopata, disse que seus pacientes não ficarão sem atendimento, em caso de urgência. “Mas aquilo que não é urgente, vamos deixar para depois.”

DENTISTAS - Nesta quarta-feira (18), o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) recomendou aos profissionais de saúde bucal que priorizem o atendimento odontológico de urgência e emergência, diante do aumento de casos confirmados e registro de mortes pelo coronavírus. O Crosp enviou ofício ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo solicitando o adiamento da realização de atendimentos eletivos de odontologia no serviço público.

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