Pesquisa liga doença das coronárias a brigas de casal

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Por Agencia Estado
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O enrijecimento das artérias coronárias é mais provável em esposas quando os maridos reagem agressivamente a desentendimentos conjugais, e mais comum em maridos quando as esposas são controladoras. Estas são as principais descobertas de um estudo envolvendo 150 casais saudáveis e casados - a maioria na casa dos 60 anos - conduzido por uma equipe liderada pelo psicólogo Tim Smith e apresentado na reunião anual da Sociedade Psicossomática Americana. "Mulheres que são hostis apresentam maior chance de ter arteriosclerose, especialmente se os maridos são hostis também", disse Smith, segundo nota divulgada pela Universidade de Utah (EUA). "O nível de dominância ou controle nas mulheres ou nos maridos não está relacionado à saúde cardíaca das mulheres". "Nos homens, a hostilidade, deles ou das esposas durante a interação, não esteve relacionada à arteriosclerose", acrescenta o cientista. "Mas dominância ou comportamento controlador deles - ou a dominância das mulheres - relaciona-se à arteriosclerose nos maridos". Em resumo, diz Smith, "uma relação de baixa qualidade é um fator de risco em doenças cardiovasculares". O estudo estendeu-se de 2002 a 2005. Os casais envolvidos foram recrutados por meio de anúncios de jornal e uma empresa de pesquisa de opinião pública. Os participantes não tinham histórico de problemas cardíacos e nem estavam sob medicação para o coração. Pediu-se a cada casal que escolhesse um assunto - dinheiro, cunhados, filhos, etc. - que fosse tema de desentendimento. Então, sentados em cadeiras confortáveis e cara a cara, marido e mulher discutiram o assunto por seis minutos. As conversas foram gravadas em videoteipe e avaliadas por estudantes de psicologia, e codificaram os comentários feitos como amistosos, hostis, submissos, controladores ou dominantes. Dois dias depois da discussão, os casais passaram por tomografias computadorizadas do peito. Médicos avaliaram o nível de calcificação das artérias coronárias.

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