Pesquisadores descobrem linguagem usada pelos golfinhos

De acordo com experimento, mamíferos marinhos enxergam o som, quando este é reproduzido visualmente

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Por Redação
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Pesquisadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha fizeram uma descoberta significativa: decifraram a linguagem dos golfinhos. Durante o experimento, uma sequência de oito objetos foram sonoramente identificados pelos mamíferos marinhos tão queridos por nós, seres humanos. Segundo conta o líder da equipe, Jack Kassewitz, da SpeakDolphin.com, ele 'falou' com os golfinhos usando sons visuais das próprias palavras dos golfinhos. Os mamíferos estavam localizados em dois centros de pesquisa separados e todos entenderam as palavras, o que representa uma prova convincente de que os golfinhos empregam uma linguagem universal 'sono-pictórica'.A equipe de pesquisadores ensinou aos golfinhos frases simples e complexas, envolvendo substantivos e verbos, revelando que os mamíferos marinhos também compreendem elementos da linguagem humana, além da própria e complicada linguagem visual. "Estamos começando a entender os aspectos visuais da língua deles. Na identificação de oito sons visuais para os substantivos, por exemplo, que foram gravados por hidrofone, os golfinhos ecolocalizaram uma série de objetos de plástico submersos", explica Kassewitz.O membro britânico da equipe de pesquisa, John Stuart Reid, usou um instrumento chamado CymaScope, um dispositivo que faz o som ficar visível, para obter uma melhor compreensão de como os golfinhos enxergam com o som. Ele representou uma série de objetos criados sono-pictoricamente por um dos golfinhos da pesquisa.

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Em sua tentativa de 'falar golfinhês', o estudioso Jack Kassewitz desenvolveu um experimento em que foram gravados os sons da ecolocalização do golfinho quando eles refletiam essa sequência de oito objetos, que incluem um cubo de plástico, um pato de brinquedo e um vaso de flores. Com isso, o pesquisador descobriu que os sons refletidos realmente contêm imagens de sons e quando é repetido para o golfinho como se fosse um jogo, o mamífero é capaz de identificar os objetos com uma precisão de 86%. Após esse primeiro teste, Kassewitz se dirigiu a uma instalação diferente e produziu novamente as imagens de som para outro golfinho, que ainda não havia participado. Esse segundo animal identificou os objetos com uma precisão semelhante ao primeiro, confirmando que os golfinhos possuem mesmo uma forma sono-pictórica de comunicação. As imagens produzidas pelo instrumento CymaScope lembram fotos de ultra-som, daqueles comuns, realizados em hospitais. "Quando um golfinho escaneia um objeto com sua alta frequência de som, que é emitida em formato de cliques curtos, cada clique captura uma imagem estática, similar a uma câmera fotográfica. Com isso, cada clique feito pelo golfinho é um pulso sonoro que será moldado pela forma do objeto. Em outras palavras, o pulso de som refletido contém uma representação semi-holográfica do objeto", afirma o britânico John Stuart Reid. "Uma parte do som refletido é coletado pelo maxilar inferior do golfinho, a mandíbula, local onde o som viaja até os ouvidos internos do animal, a fim de criar a imagem sono-pictórica", diz.Os golfinhos desfrutam de estimulação visual e auditiva durante toda a vida, fato que pode contribuir para a coordenação hemisférica cerebral deles. Tais vantagens são movidas não apenas por um cérebro que é comparável em tamanho ao de um humano, mas também por um tempo de transmissão do tronco cerebral que é consideravelmente mais rápido que o cérebro humano. "Nossa pesquisa tem oferecido resposta para uma velha questão destacada pelo Dr. Jill Tarter, do Instituto SETI, se estamos sozinhos no planeta. Podemos agora responder sem sombra de dúvidas que não. Afinal, encontramos inteligência não lá longe, no espaço sideral, mas aqui mesmo na Terra, em forma de graciosos golfinhos", conclui Kassewitz.

 

 

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