
14 de agosto de 2010 | 09h41
SAN DIEGO - A mulher mais velha da Califórnia, a mexicana Soledad Mexia, que completa 111 anos de idade, fará parte do pequeno grupo de pessoas cuja sequência de genoma completa será estudada por uma equipe de especialistas.
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Mãe, avó, bisavó. Soledad formou uma grande família, de cinco gerações |
Considerada uma das poucas "supercentenárias", pessoas que passam dos 110 anos de idade, Mexia nasceu em 1899 no Estado mexicano de Sinaloa e se tornou cidadã dos Estados Unidos quando tinha 100 anos.
Armida Galaz, filha de Soledad e com quem a centenária viveu durante as últimas duas décadas, disse à Agência Efe que sua mãe formou uma família de cinco gerações e teve 10 filhos, 24 netos, 45 bisnetos, e dois tataranetos.
O estado de saúde de Soledad é estável e ela tem boa visão e clareza de raciocínio, além de seguir uma estrita dieta. No entanto, teve um ferimento na perna que não respondeu ao tratamento com antibióticos, o que levou a uma amputação.
O Grupo de Pesquisa em Gerontologia (GRG, siga em inglês) que reúne acadêmicos de universidades de Los Angeles, Nova York, Washington e Atlanta trabalha para completar o mapa do genoma de Soledad, com o objetivo de entender melhor os segredos da longevidade.
Mexia será uma das primeiras supercentenárias incluídas em um estudo liderado pelo doutor L. Stephan Coles, co-fundador do GRG e da Fundação para a Pesquisa dos Supercentenários.
Coles disse à Agência Efe que estes cientistas têm a ambiciosa meta de retardar e conseguir reverter o envelhecimento humano dentro de 20 anos.
"Talvez uma pessoa de cada dez milhões alcance os 110 anos. Dentre elas, menos da metade alcançará os 111 anos", disse Coles.
"Ninguém descobriu o segredo ainda, mas está nos genes, se herda. Por isso é importante que a família de Soledad também esteja disposta a doar sangue e cabelo, pois existe a tendência entre os supercentenários de que suas famílias também vivam bastante", assinalou Coles.
A sequência do genoma de Soledad e seus descendentes estarão prontas em cerca de três meses, para depois serem comparadas com as de pessoas comuns e a de um grupo de controle, disse o cientista.
O especialista disse que é importante diferenciar uma vida longa e saudável de uma com muitos anos, mas com a saúde debilitada, e que, sob condições normais, a maioria das pessoas preferiria a primeira opção.
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