Pesquisadores esperam ter vacina contra a dengue até 2011

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Por Agencia Estado
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Pesquisadores americanos esperam chegar à fórmula de uma vacina contra a dengue até 2011. Eles já conseguiram resultados promissores com um composto que contém vírus em versão atenuada. Testes com esta substância, realizados nos EUA e na Tailândia (onde a dengue é endêmica), com mais de cem voluntários, tiveram eficácia de 100% em crianças e de 70% em adultos. Conclusões da pesquisa, feita, em parceria, pelo Centro Médico Walter Reed, do Exército americano, e pela empresa inglesa GlaxoSmith Kline, foram apresentadas no 1º Simpósio Internacional de Imunobiológicos e Saúde Humana, encerrado nesta quinta-feira no Rio. O palestrante foi o pesquisador norte-americano Bruce Innis, que integrou a equipe do centro médico e agora é vice-presidente da Glaxo nos EUA, na área de pesquisa clínica e de vacinas para doenças virais. O centro médico do Exército trabalha para desenvolver uma proteção contra a dengue desde a década de 70. Innis, que já foi assessor técnico da Organização Mundial de Saúde (OMS), participa do esforço há 20 anos. Ele explicou que a vacina que vem sendo testada por sua equipe é tetravalente, ou seja, tem vírus dos quatro tipos de dengue. As doses são dadas aos voluntários saudáveis com um intervalo de seis meses. Entre os adultos (todos da área de Washington), em 70% dos casos ocorreu neutralização dos anticorpos do organismo, o que indica que a vacina foi eficaz. "Mas não estamos satisfeitos. Queremos eficácia de 95%", afirmou. As crianças que participaram dos experimentos - de dois grupos, de até um ano e de seis a nove anos -, eram de Bangcoc, capital tailandesa. Não foram registradas reações adversas. A vacina tetravalente vem sendo usada pelos pesquisadores desde 1998. No mês passado, teve início um novo estágio da estudo, que inclui 25 adultos. Até 2009, deverão ter terminado os testes. Os pesquisadores esperam que, em 2011, a fórmula já esteja pronta. "Esta meta é realista, mas ninguém pode prever quando será, de fato. Temos de ser pacientes", lembrou Innis. Ele disse que existe interesse em realizar testes em voluntários brasileiros, no futuro, uma vez que o País é o que mais apresenta casos de dengue no continente americano.

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