Pesquisadores desenvolvem teste rápido em smartphones para detectar covid-19

Protótipo pode entregar resultados em 10 minutos e ser usado fora do laboratório; próxima fase envolverá mil pessoas

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Por Redação
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VILLENEUVE-D'ASCQ - Pesquisadores franceses estão usando minúsculas partículas de anticorpos extraídas de animais pertencentes à família dos camelos e lhamas para produzir um teste de covid-19 que eles dizem ser mais rápido e preciso do que os existentes, como o PCR, e que seria conectado a um smartphone. O protótipo, denominado CorDial-1, não foi aprovado para uso, mas experimentos iniciais em 300 amostras mostraram uma taxa de precisão de 90%.

O protótipo pode entregar resultados em 10 minutos e ser usado fora do laboratório, de acordo com a equipe que o desenvolveu, enquanto o teste de PCR normalmente leva horas e requer condições de laboratório. Existem outros testes covid-19 rápidos e portáteis disponíveis, mas os cientistas levantaram dúvidas sobre sua confiabilidade. O teste CorDial-1 usa fragmentos de anticorpos chamados nanocorpos.

Sabine Szunerits (ao centro),Rabah Boukherroub e David Devos com osmartphone que mostra a curva indicando teste positivo de covid-19 Foto: Pascal Rossignol/Reuters

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Eles são derivados de camelídeos - um grupo que inclui camelos, dromedários, lhamas e alpacas - porque são mais estáveis ​​do que anticorpos de outras criaturas. Para o teste de covid-19, os nanocorpos são enxertados na superfície de um eletrodo. Quando esses nanocorpos entram em contato com a proteína "spike" do vírus covid-19, eles interagem para produzir uma mudança na corrente elétrica através do eletrodo.

Quando o aparelho de teste - um dispositivo com entrada USB - é conectado a um smartphone, a corrente aparece como um sinal em um gráfico. "Dependendo da altura do sinal, você pode dizer se é covid positivo ou negativo", disse Sabine Szunerits, da Universidade de Lille, que está trabalhando no projeto com cientistas da Universidade de Marselha e do Centro Nacional Francês para Pesquisa Científica.

A próxima fase do projeto é realizar um teste de três meses em mais de 1.000 pessoas. Christophe Demaille, pesquisador líder em eletroquímica molecular da Universidade de Paris, que não está envolvido no projeto, disse que os testes que dependem de sinais elétricos são altamente portáteis. "Estou confiante de que poderá ser usado em qualquer lugar", afirmou em referência ao projeto CorDial-1.

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