01 de março de 2020 | 15h49
Um grupo de pesquisadores italianos identificou a mutação genética que permitiu ao coronavírus infectar seres humanos e não mais apenas animais. O estudo foi conduzido pela equipe de estatísticas médicas e epidemiologia molecular da Universidade Biomédica de Roma e foi publicado no Journal of Clinical Virology.
Ao estudar as sequências genéticas do vírus, os pesquisadores reconstruíram as mutações até descobrirem o que era decisivo para o chamado "salto de espécies", a alteração que permitiu um vírus típico de animais, em particular morcegos, tornar-se capaz de atacar o homem. "Foi uma mudança decisiva, uma mutação muito particular que ocorreu entre 20 e 25 de novembro", disse Massimo Ciccozzi, professor responsável pelo estudo.
"Como todos os vírus, o coronavírus SarsCoV2 muda constantemente e tenta mudar sua aparência para estar em equilíbrio com o sistema imunológico do hospedeiro", continuou.
A mutação decisiva ocorreu em uma proteína de superfície chamada "spike", parte usada pelo vírus para atacar as células e se multiplicar.
Segundo o especialista, a mutação ocorreu em uma proteína de superfície chamada "spike", que o vírus utiliza para agredir as células e se multiplicar. "Foi a mutação da proteína spike que permitiu ao vírus fazer o salto de espécie. É uma proteína bastante comum na história evolutiva dos vírus", disse Ciccozzi.
O estudo conclui ter sido essa a mutação que permitiu a infecção em seres humanos e que desencadeou a epidemia, que hoje já atinge 53 países. Segundo o último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), já foram diagnosticados mais de 85,4 mil casos de coronavírus e mais de 2,9 mil pessoas morreram.
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