30 de setembro de 2010 | 12h57
HONG KONG - Cientistas na China e Hong Kong anunciaram que estão desenvolvendo um gel contendo uma droga experimental que esperam poder reduzir as infecções pelo HIV em mulheres.
A busca por tal profilaxia está ganhando urgência na China, com o sexo se tornando o principal modo de transmissão do HIV e de infecções pelo HIV crescendo de maneira acentuada entre as mulheres chinesas.
O gel funciona como um "inibidor de entrada" - bloqueando o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e sua admissão em células hospedeiras, disse Chen Zhiwei, diretor do Instituto de AIDS da Universidade de Hong Kong, em uma entrevista.
O tratamento da droga experimental utilizada neste gel passou nos testes com animais e em um pequeno teste de segurança em pessoas, disse Chen.
Chen e seus colegas estão agora se preparando para convertê-lo em um microbicida - um gel que é inserido na vagina ou no reto antes da relação sexual para prevenir a transmissão do HIV, que causa a AIDS.
"Estamos utilizando-o como um microbicida para ser usado topicamente para prevenir a transmissão nas mulheres. Mulheres estão em desvantagem durante a relação sexual, por isso, tentamos oferecer alguns meios para as mulheres controlar suas vidas", disse Chen.
O gel chinês vai passar por três testes clínicos, sendo o último em um lugar tendo em uma área com alta incidência de HIV.
"O teste vai ter milhares de participantes aleatórios ... precisamos provar que é seguro (Fase 1) e mostra eficácia (Fase 2), então pedimos ao governo para apoiar um estudo mais amplo", disse Chen.
Um grupo de cientistas trabalhando em outro gel contendo o medicamento Tenofovir contra AIDS anunciou em julho que reduziu as infecções pelo HIV em mulheres em 39% em um estudo na África do Sul.
Chen está trabalhando com cientistas na Universidade de Nanjing e Xangai, o Instituto de Pesquisa Planejamento Familiar, entre outros.
Das 740.000 pessoas que vivem com HIV/AIDS na China em 2009, 59% foram infectados por via sexual, com 44,3% infectados através de relações heterossexuais e 14,7% através do sexo masculino para o sexo masculino, de acordo com um relatório emitido em maio pelo Ministério da Saúde da China e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS.
Do total de 740.000, 30,5% são mulheres.
A proporção de mulheres infectadas também aumentou, com a relação homem/mulher se estreitando de 11:01 em 1996 para 1,4:1 em 2009 em algumas províncias, segundo a imprensa chinesa.
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