10 de setembro de 2014 | 21h36
O governo brasileiro teve de vir a público para negar que estivesse rejeitando a entrada de africanos pela Amazônia, por temer que fossem portadores do vírus Ebola. E novamente o Ministério de Saúde teve de descartar a existência do Ebola em território nacional.
“A Polícia Federal informa que o controle migratório no Estado do Acre funciona normalmente e não há nenhuma ordem para restringir o acesso de africanos.” E destacou que tomará “as medidas disciplinares necessárias”, caso constate discriminação por qualquer servidor.
Os problemas se concentram nos limites do Acre, na fronteira com Peru e Bolívia - que ficou famosa nos últimos meses pela entrada de haitianos. Nos últimos dias, porém, surgiram denúncias de que imigrantes africanos, provenientes da Nigéria, do Senegal e de Serra Leoa (países que já registraram contaminados), estariam sendo vítimas de discriminação. Segundo o jornal O Globo, agentes da Polícia Federal estariam ameaçando entrar em greve, por medo de contrair a doença.
“Não temos nenhum tipo de treinamento para tratar casos de Ebola”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Acre, Franklin Albuquerque. Procurado, o governador do Acre, o médico Tião Viana (PT), solicitou apoio federal para esclarecer a situação.
Avanço. Conforme os dados da Polícia Federal, o número de imigrantes africanos no Brasil saltou de 1.054 - de 38 nacionalidades - em 2000, para 31.866, dos 54 países da África, em 2012. Mas a maioria vem de países de língua portuguesa, como Angola e Cabo Verde, sem casos registrados do surto. Mais de 4,2 mil pessoas já foram contaminadas e 2,2 mil morreram, principalmente em Serra Leoa, Libéria e Guiné no atual surto de Ebola. / EFE
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