SOROCABA - Os primeiros 100 mil exemplares do mosquito Aedes aegypti geneticamente modificado foram soltos na manhã desta quinta-feira, 30, no bairro Cecap, em Piracicaba, interior de São Paulo. A expectativa é de que esses insetos, todos machos, funcionem como uma nova arma contra a dengue na cidade. Ao cruzar com a fêmea, o mosquito transgênico vai gerar filhotes incapazes de atingirem a idade reprodutiva.
O projeto resulta de parceria entre a prefeitura e a empresa Oxitec, detentora da tecnologia do Aedes transgênico. Cerca 800 mil mosquitos serão soltos no primeiro mês e a quantidade será reduzida gradativamente nos meses seguintes, à medida que diminuir a população do mosquito. A expectativa é de que, em dez meses, a quantidade do Aedes seja mínima, de forma a não haver transmissão da dengue.
A soltura chegou a ser vetada pelo Ministério Público Estadual, mas foi liberada depois que a prefeitura assinou um termo se comprometendo a manter as demais medidas de prevenção e combate ao mosquito transmissor. Uma campanha de esclarecimento foi realizada no bairro, onde vivem 5 mil pessoas.
De acordo com a Oxitec, uma pesquisa indicou que 88,5% da população de Piracicaba aprova o uso do inseto transgênico. A cidade de 370 mil habitantes registrou este ano 1,1 mil casos da doença. O município está investindo R$ 150 mil no projeto piloto - o primeiro no Estado. Outras cidades, como Limeira, que convive com epidemia de dengue, já estudam o uso do Aedes transgênico.