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Poderíamos abrir mais leitos, mas não há mais médicos e enfermeiros, diz secretário

Gladstone Rodrigues, que comanda a Saúde de Uberlândia, relata efeitos da nova onda de covid-19. Cidade mineira tem fila de espera para leitos críticos e começou a fazer transferência para outras cidades

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Por Redação
Atualização:

Depoimento de Gladstone Rodrigues, secretário municipal de Saúde de Uberlândia. Médico, ex-reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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"Conseguimos abrir muitos leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) exclusivos para covid-19. Chegamos a 228, mas a fila de espera hoje para um leito desses é de 124 pacientes. Até poderíamos abrir mais, mas não há mão de obra. Não tem mais médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem. O número de casos avança muito rapidamente, e a mão de obra não se forma de um dia para o outro. 

Uma das saídas encontradas é a transferência dos pacientes. Nesse caso, cabe ao Estado (de Minas Gerais) encontrar um município que tenha leito disponível. A situação é grave, porque não está tendo muita vaga. E o transporte precisa ser rápido, por via aérea, porque existe a possibilidade de piora no quadro de saúde dos pacientes. 

Gladstone Rodrigues, secretário municipal de Saúde de Uberlândia Foto: Valter de Paula/ Prefeitura Municipal de Uberlândia

Enquanto as transferências não saem, os pacientes que precisam de UTI ficam sob assistência nas enfermarias, salas de emergência e até nos corredores das oito unidades de atendimento integrado (UAIs) da cidade. 

Essa nova onda de covid-19 é diferente da primeira, no ano passado. Os casos surgem mais rapidamente. Por isso, há utilização maior de insumos necessários para o tratamento das pessoas que precisam ser entubadas, que são o oxigênio, sedativos e relaxante muscular, para que o respirador possa funcionar, já que será o equipamento que controlará a respiração do paciente.

Quanto ao oxigênio, não há problemas. Os sedativos e o relaxante muscular a gente ainda tem, mas o consumo está alto em todo o País e estamos tentando comprar para antecipar estoque. Estamos apreensivos. A demanda é crescente. O estoque de luvas que comprávamos para três meses hoje dura um. A caixa com 100 pares, que custava R$ 13, subiu para R$ 105. /Depoimento a Leonardo Augusto, especial para o Estadão

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