09 de dezembro de 2020 | 15h00
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) solicitou na terça-feira, 8, que o governo de São Paulo inclua policiais civis como prioritários no plano de vacinação contra a covid-19 no Estado. De acordo com o governador João Doria (PSDB), a previsão é de que a vacina Coronavac comece a ser aplicada em 25 de janeiro, mas ainda há incerteza sobre a autorização da Anvisa sair a tempo de manter o cronograma.
Em nota, a ADPESP afirma que os policiais civis mantiveram a escala de trabalho normalmente ao longo da pandemia, desde março. De acordo com Gustavo Mesquita Galvão Bueno, presidente da associação, os agentes "estão na linha de frente da segurança e expostos ao risco de contágio. Não há motivo para não serem priorizados neste momento". "Aqui não teve home office", pontua.
Vacinação contra covid começa em 25 de janeiro com profissionais de saúde e idosos, diz Doria
Essa não é a primeira categoria a pedir prioridade no plano de imunização anunciado por Doria, que prevê vacinar apenas idosos, indígenas, quilombolas e profissionais da saúde durante a primeira fase. Na última sexta-feira, 4, a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (FETPESP) também enviou ofício ao governador e ao secretário de Saúde Jean Gorinchteyn, solicitando a vacinação prioritária para motoristas de ônibus.
Representando 172 empresas de ônibus que concentram mais de 30 mil veículos distribuídos pela capital, regiões metropolitanas e demais cidades do interior do Estado, a FETPESP afirma que os motoristas estão "na linha de frente junto à população".
Um dia antes, promotores do Ministério Público de São Paulo encaminharam o mesmo pedido ao procurador-geral de Justiça do Estado, Mário Sarrubbo, e ao Comitê da Covid-19 da instituição. "Não é uma questão de egoísmo em relação a outras carreiras, mas tendo em vista notadamente os colegas do primeiro grau, que trabalham com audiências, atendimento ao público e outras atividades em que o contato social é extremamente grande e faz parte do nosso dia a dia", justificaram.
Nesta segunda, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) também pediu ao governo que desse prioridades aos profissionais do setor, justificando que assim cumpriria-se "a mesma sistemática adotada até 2019 para a campanha de vacinação contra a gripe (Influenza)".
De acordo com o plano inicial apresentado por João Doria, professores do nível básico ao superior estariam na quarta fase da campanha, juntos de outros trabalhadores de áreas consideradas essenciais, como profissionais de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população carcerária. Os grupos somam cerca de 4 milhões de pessoas.
Na manhã desta quarta, o Estadão obteve um documento no qual o Ministério da Saúde avalia retirar a prioridade de vacinação para a população carcerária. A justificativa seria a de que esse público é supostamente formado por uma maioria de jovens.
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