'Polipílula' cardíaca poderá salvar milhões, dizem médicos

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Por Agencia Estado
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Um pílula ainda em desenvolvimento para tratar problemas cardíacos, que combina três drogas, poderá salvar milhões de vidas, principalmente nos países em desenvolvimento, disseram especialistas no Congresso Mundial de Cardiologia. A chamada "polipílula" conterá aspirina, estatinas e inibidores de ACE - drogas que, sabe-se, evitam problemas cardíacos recorrentes - e será usada para evitar ataques do coração, derrames e outros problemas cardiovasculares. "Potencialmente, milhões de vidas poderão ser salvas em todo o mundo com isso", declarou o médico Sidney Smith, presidente da comissão consultiva científica da Federação Mundial de Cardiologia. "Sabe-se que essas terapias reduzem a mortalidade em mais de 50%". Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem de doença cardíaca todo ano, com cerca de 80% dos ataques cardíacos ocorrendo em nações de renda baixa ou média. A federação, que promove a polipílula, diz que ela poderá estar pronta em dois anos. Seria testada inicialmente na Espanha, antes de ser exportada para outros mercados, como a China, por 20% do custo das terapias cardíacas atuais. A polipílula seria provavelmente usada em pacientes com histórico conhecido de problemas cardíacos, e seria mais fácil de tomar, levando mais pacientes a seguir o tratamento. "As pessoas não gostam de tomar cinco ou seis remédios", disse a médica Sania Nishtar, presidente de uma ONG baseada no Paquistão. "Seria muito mais fácil tomar só um". Alguns especialistas, porém, dizem que a abordagem de usar uma única pílula como uma terapia de "tamanho único" é enganosa e pode levar a complicações maiores, já que cada componente da polipílula tem seus próprios efeitos colaterais.

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