PUBLICIDADE

Por medo de coronavírus, escolas de SP alertam pais e reforçam álcool em gel

Alunos também são orientados sobre medidas preventivas contra doenças de transmissão respiratória

Foto do author Renata Okumura
Por Renata Okumura
Atualização:

SÃO PAULO - Com medo de o coronavírus chegar ao Brasil, colégios particulares de São Paulo já alertam pais e professores e reforçam o estoque de álcool em gel na volta às aulas. Docentes planejam até incluir o tema nas classes. 

PUBLICIDADE

No Colégio Santa Maria, na zona sul, professores de Ciência do Ensino Fundamental 2 (6.º ao 9.º anos) vão abordar o surto a partir da próxima semana. Um comunicado foi enviado a coordenadores pedagógicos com orientações, como lavar as mãos frequentemente e ficar atento a sintomas, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Não há recomendação para usar máscara. 

O Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, na região central, reforçou a presença de recipientes com álcool em gel nos corredores, banheiros e áreas de alimentação. Foram ainda fixados cartazes de campanha contra viroses, destacando a importância de evitar aglomerações em lugar fechado, lavar as mãos constantemente e não compartilhar copos e talheres. O mesmo comunicado foi enviado às famílias.

O Colégio Dante Alighieri, nos Jardins, enviou informativo com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), sintomas e prevenção. Orienta também que parentes de alunos que tenham ido à China e voltado nos últimos 14 dias entrem em contato. A escola bilíngue Stance Dual, na região central, indicou às famílias os sites do Ministério da Saúde e da Associação Médica Brasileira para informações sobre o vírus.

Agente comunitária de saúde, Gisele Ferreira, de 40 anos, espera que o colégio da filha fale sobre riscos. “Acredito que as escolas devem passar todas as recomendações a professores, alunos e pais. A aula da minha filha será retomada semana que vem e é muito importante a orientação”, diz ela, mãe da Larissa, de 15, que está no ensino médio na rede pública. “Em minhas visitas às residências, sempre reforço a importância de lavar com frequência as mãos, observar sintomas e verificar histórico de viagens à China.” 

A administradora de empresas, Ana Cláudia Ferreira Rocha, de 39 anos, considera fundamental a orientação aos pais e alunos. O filho dela, Daniel, de 9, estuda no colégio Conde Domingos, na zona leste da cidade.

Ana Cláudia Ferreira Rocha, com os filhos Daniel, de 9 anos, e Arthur, de 1 ano e 6 meses Foto: Daniel Teixeira/Estadão

"Tivemos uma reunião pedagógica na quinta-feira para abordar os riscos do coronavírus. Como se trata de um vírus que atinge as vias aéreas a higiene é fundamental. A escola orienta os alunos a lavar as mãos com muita frequência, como medida preventiva", afirmou Ana Cláudia. Ela acrescenta ainda que serão instalados recipientes de álcool em gel por toda a escola.

Publicidade

Embora a escola não tenha passado nenhuma recomendação específica para o coronavírus, a arquiteta Rafaela Galvagni, de 29 anos, mãe do Gustavo, de 1, afirma que as recomendações básicas são muito válidas. "Higienizar sempre os materiais escolares dele, evitar o compartilhamento de garrafinhas e utensílios e limpar sempre as mãos. Acredito que se cada um fizer sua parte fica mais difícil deste e de outros vírus se espalharem".

Procurada, a Secretaria Municipal de Educação não informou se há ações preventivas. Já a Secretaria Estadual da Educação disse seguir orientações da pasta da Saúde. Por enquanto, o governo não tem orientação para evitar aglomerações, mas disse acompanhar a situação dia a dia. 

A enfermeira Bruna Madruga, de 28 anos, mãe de Mateus, de 6, evita pânico. “Temos de acompanhar, mas acredito que não há motivo ainda para preocupação na cidade.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.