03 de março de 2021 | 21h17
Atualizado 03 de março de 2021 | 21h39
A cidade de São Paulo tinha na noite desta quarta-feira, 3, 150 pacientes na fila por leitos de enfermaria e em unidades de terapia intensiva (UTIs) de hospitais públicos – estaduais e municipais. Pela manhã, a lista de espera chegou a ter 450 nomes – normalmente são 250 pedidos pela manhã. A alta de casos e internações tem pressionao o sistema de saúde de todo o Estado. O governo anunciou nesta quarta que vai restringir as medidas para frear a propagação do vírus.
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, diz que vai monitorar a tendência nos próximos dias. A alta de infecções também levou à abertura de mais leitos esta semana. De acordo com a pasta, os números de espera por vaga são dinâmicos e a Central de Regulação de Urgências atua 24 horas por dia para organizar os pedidos de transferência.
Aparecido explicou que o número é referente a pacientes que já estão na rede, mas precisam alterar o tipo de atendimento, de acordo com a gravidade do quadro. “Não estão esperando em casa. Os pedidos ocorrem todos os dias e vamos administrando. Vamos ver como vem amanhã (quinta-feira) para entender a tendência”, disse.
O sistema de saúde paulistano recebe muitos pacientes vindos de fora da capital. Em entrevista ao Estadão semana passada, Aparecido estimou que 22% dos pacientes não eram residentes de São Paulo. A alta de casos no interior também pressiona os hospitais do Estado.
A Prefeitura diz que abriu na segunda 124 leitos – 100 de UTI e 24 de enfermaria, exclusivos para a covid-19. No Hospital da Brasilândia, 34 leitos de enfermaria foram transformados em UTI. Antes da pandemia, segundo a pasta, a cidade tinha 507 UTIs. No auge da crise sanitária, eram 1.340.
A Secretaria da Saúde do Estado afirma apoiar eventuais deslocamentos de pacientes entre hospitais ou cidades, quando preciso. Nos últimos sete dias, segundo a pasta, a média foi de 738 regulações do tipo. Cidades como Araraquara, onde houve um lockdown de seis dias, enviam pacientes para outros municípios.
Em Campinas, a prefeitura requisitou o Hospital Metropolitano da cidade e seus equipamentos. A decisão foi publicada no Diário Oficial e nesta terça-feira, 2, agentes municipais impediram a entrada de funcionários. A diretoria da unidade repudiou a ação e foi à Justiça para obter reintegração de posse.
O secretário Edson Aparecido se reuniu com executivos da farmacêutica Janssen, da Johnson & Johnson, para discutir a possibilidade de aquisição de vacinas. Em videoconferência, Aparecido ouviu que a empresa negocia com o Ministério da Saúde, mas os representantes solicitaram a apresentação de um pedido formal de aquisição para seguir nas tratativas.
O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 3, que acertou a compra de 99 milhões de doses da vacina da Pfizer e negocia a aquisição do imunizante da Janssen, após meses rejeitando propostas destas empresas. /COLABOROU MATEUS VARGAS
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