Prefeitura e governo de SP querem unificar Samu e serviço estadual

Ideia é reunir em uma só central e designar as viaturas e equipes conforme a gravidade e urgência; 50 hospitais participarão do Corujão da Saúde

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

SÃO PAULO - As Secretarias Municipal e Estadual de Saúde estudam unificar os dois canais de atendimento a emergências, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência(Samu), que é municipal, e o Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências (Grau), o resgate estadual, que hoje atendem pelos telefones 192 e 193, respectivamente. A ideia é unificar os serviços em uma só central, que vai designar as viaturas e equipes conforme a gravidade e urgência de cada caso.

A unificação dos serviços de urgência começou a ser discutida depois de o MPE questionar a falta de repasse do Estado ao Samu municipal Foto: Divulgação

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A unificação começou a ser discutida depois de o Ministério Público Estadual(MPE) questionar na Justiça a falta de repasse do Estado ao Samu municipal - portaria do Ministério da Saúde prevê que o Estado deve arcar com 25% dos custos do serviço, o que nunca foi feito. Sem o valor, segundo o MPE, o Samu deixou de atender 41% dos chamados em 2015. 

A integração foi anunciada pelo futuro secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, nesta segunda-feira, 12, em reunião no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, no Morumbi, zona sul de São Paulo. Ele também afirmou que haverá "ações conjuntas" entre Município e Estado no combate ao mosquito da dengue - agentesSuperintendência de Controle de Endemias farão ações conjuntas do controle de vetores, com mutirões e visitas domiciliares. 

Corujão. O secretário também afirmou que o Corujão da Saúde, projeto emergencial prometido pelo prefeito eleito, João Doria (PSDB), para zerar a fila de exames médicos, deve começar no dia 2 de janeiro do próximo ano, ao custo de R$ 20 milhões e com 50 instituições participantes - a Santa Casa é uma das possibilidades.

"O Corujão tem começo e fim. Vai ser por 90 dias, porque nós acreditamos que em 90 dias conseguimos cumprir esse estoque de pacientes", projetou Pollara. "E daí para frente esperamos que, com uma melhor gestão, a própria estrutura do SUS (Sistema Único de Saúde) possa absorver essa necessidade de exame sem criar essas esperas absurdas."

O futuro secretário informou que várias unidades de saúde mostram interesse no projeto. "Fiquei impressionado porque todos estão ligando, querendo trabalhar, querendo colaborar. Nós temos hospitais, principalmente hospitais filantrópicos, que têm necessidade de fornecer algum atendimento gratuito, estão oferecendo dentro da filantropia deles", disse. "Isso quer dizer que os exames são gratuitos, porque eles têm uma cota de filantropia para usar com doentes carentes."