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Prefeitura mapeou 3 mil pontos estratégicos de 'Aedes aegypti' em SP

Número de soldados do Exército que vão auxiliar agentes na prevenção contra o mosquito dobra; pacientes terão testes rápidos

Por Felipe Resk
Atualização:

Atualizada às 17h34

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SÃO PAULO - A Prefeitura de São Paulo mapeou 3 mil pontos considerados estratégicos por causa do potencial de acúmulo de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, na capital paulista. As áreas correspondem a ferros-velhos, borracharias, obras abandonadas e imóveis espalhados pela cidade que podem juntar água parada - o criadouro das larvas do inseto.

Para combater o mosquito, o município também passou a receber nesta segunda-feira, 18, o auxílio de soldados do Exército Brasileiro, que vão acompanhar visitas de prevenção feitas pelos agentes de vigilância.

De acordo com o secretário municipal, Alexandre Padilha, a Prefeitura vai priorizar visitas em locais com registro de dengue em 2015, ano em que a capital contabilizou 100.418 casos da doença. "Janeiro e fevereiro é o período em que a gente se concentra nas ações de bloqueio ao surgimento de novos casos", afirmou o secretário.

Os soldados do Exército devem atuar em regiões de maior incidência de dengue Foto: Felipe Resk/Estadão

O trabalho de prevenção inclui cerca de 3 mil locais estratégicos, com alta probabilidade de concentração de focos do mosquito. "Onde for possível remover o foco, vamos remover. Onde não é possível, os focos serão tratados de 15 em 15 dias com larvicidas. Vamos fazer um 'fumacê' que mata a larva do mosquito ainda dentro d'água", disse Padilha. 

Padilha afirma que a Prefeitura também vai recorrer à Justiça, caso os agentes de saúde tenham o acesso negado às residências. Para imóveis abandonados ou vazios, o município também vai contratar chaveiros que possibilitem a entrada dos fiscais. Segundo o secretário, as visitas começaram em outubro e, até o momento, não foi preciso fazer uso do recurso.

"A Prefeitura trabalha com um cenário que é grave. Ano passado teve o maior número de casos de dengue no Brasil - mais da metade no Estado de São Paulo, principalmente no interior. É lógico que esse cenário pode chegar na capital", afirmou Padilha.

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Exército. Além de 2,5 mil agentes de vigilância, 8 mil agentes comunitários de saúde e 20 mil trabalhadores da limpeza, cem soldados do Exército Brasileiro vão ajudar no combate ao Aedes aegypti. O número de militares é o dobro do efetivo empenhado em 2015.

Os militares acompanham os funcionários municipais em visitas pelas casas, cujo objetivo é orientar a população sobre a doença e detectar focos do mosquito. "O ponto principal é a credibilidade na abordagem de uma residência, para que o morador tenha a consciência da seriedade e da importância de ele abrir as portas para inspeção", afirmou o Coronel Giovani Marcelo Puppio, do Comando Militar do Sudeste.

Os soldados devem atuar em regiões de maior incidência de dengue, a começar pelas regiões de Pirituba e Freguesia do Ó, na zona norte. "A visita é boa, porque ajuda na prevenção da doença", afirma a dona de casa Ednéia Ferreira, de 28 anos, que já teve dengue e recebeu um agente de vigilância em casa nesta manhã.

A cabeleireira Simone Leomar, de 43 anos, também é a favor do trabalho de prevenção. "Eu acho importante que se faça esse tipo de trabalho", disse. "Os agentes passam todo ano por aqui e, graças a Deus, eu nunca peguei dengue."

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Em paralelo, outros 900 soldados vão atuar no interior de São Paulo, inicialmente em mutirões realizados durante o fim de semana.

Teste rápido. Pacientes com suspeita de dengue também podem realizar testes rápidos, cujo resultado sai em 20 minutos em unidades municipais de saúde como pronto-socorro, hospital, Unidade Básica de Saúde (UBS) e Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Antes, o resultado de um exame podia demorar até 20 dias para sair.

"A grande importância do teste rápido é a informação chegar rápido aos agentes que vão na casa das pessoas para exterminar o foco do mosquito. Ter o resultado acelera a ação", afirmou Padilha. O exame, no entanto, ainda não é capaz de detectar outras doenças transmitidas pelo mosquito, como a chikungunya e zika vírus.

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O mosquito 'Aedes aegypti' é transmissor do zika, da dengue e da chikungunya Foto: Sérgio Castro/Estadão
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