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Prefeituras suspendem vacinação contra raiva por falta de vacina em São Paulo

Os lotes esperados não foram repassados pelo Ministério da Saúde. A doença é considerada muito grave e pode ser transmitida para o homem

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – Prefeituras do interior de São Paulo suspenderam as campanhas de vacinação de cães e gatos contra a raiva que seriam realizadas entre junho e agosto, por falta de vacina. Os lotes esperados não foram repassados pelo Ministério da Saúde. A suspensão acontece também em cidades que registraram casos de raiva em animais este ano, como Jundiaí e Campinas.

Devido ao atraso na remessa de vacina, a vacinação antirrábica está sendo feita com agendamento, em Jundiaí, interior de São Paulo Foto: Prefeitura de Jundiaí/Divulgação

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Os donos de Pets estão sendo orientados a vacinar seus animais em clínicas particulares. Cães e gatos a partir dos três meses de idade devem ser vacinados contra a raiva anualmente. A doença é muito grave e pode ser transmitida para o homem.

Em Jundiaí, em condições normais, a Unidade de Zoonoses disponibiliza vacinas o ano todo, mas este ano, a campanha prevista para agosto, quando seriam vacinados 45 mil animais, não será realizada devido a não entrega de vacinas em tempo hábil. O estoque estratégico da unidade, de menos de mil doses, será destinado ao bloqueio de foco positivo e em animais que tiveram contato, por exemplo, com morcegos doentes. “Parte desse estoque será disponibilizada  para a população a partir de agendamento”, informou o gerente da unidade, Carlos Ozahata.

Ele disse que a vacina é a única forma de prevenção da raiva em cães e gatos. “A nossa região tem detectado a presença de morcegos positivos para a doença todos os anos e, por isso, há risco de transmissão para os animais de estimação”, afirmou. Desde o início do ano, cinco morcegos foram achados mortos com o vírus da raiva. Em cidades da mesma região, como Jarinu, Cabreúva e Campo Limpo Paulista, não haverá campanha antirrábica em agosto por falta de vacina.

Em Campinas, a campanha antirrábica canina e felina foi suspensa e a vacinação de rotina está sendo feita por meio de agendamento. Este ano, foram encontrados 12 morcegos positivos para raiva no município. O Centro de Zoonoses de Mogi Guaçu deu prioridade à vacinação de cães e gatos na zona rural, devido à presença de morcegos.

Em Piracicaba, onde foi registrado, em 2018, um caso de raiva em felino na zona rural, a vacinação foi realizada em bairros rurais. Já a campanha para a zona urbana, prevista para setembro, ainda depende da entrega de vacinas. Este ano, foram contabilizados quatro casos de raiva em morcegos.

De janeiro a junho deste ano, foram registradas 92 mortes de animais por raiva no Estado de São Paulo. Desse total, 73 eram animais silvestres, principalmente morcegos, e de rebanhos, como bovinos e equinos. Outros 19 foram registrados em cães e gatos, motivo de maior alerta, pois são animais que vivem em contato mais próximo com pessoas.  

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Às prefeituras, o Ministério da Saúde informou que a entrega das doses está atrasada devido a problemas técnicos identificados na produção da vacina junto ao laboratório que a fornece. Informou ainda que as doses seriam enviadas aos Estados assim que a produção for normalizada. 

Em nota, o Ministério da Saúde informou que adquire doses da vacina antirrábica para animais (cães e gatos) em quantidade suficiente para atender a demanda mensal dos Estados quanto à vacinação de bloqueio de foco, que ocorre quando um animal é diagnosticado com o vírus da raiva. Em 2019, foram enviadas 7 milhões de doses para todo o país, sendo 1,5 milhão para o Estado de São Paulo.

O Ministério distribui vacinas para os Estados, cabendo a estes fazer a distribuição a seus municípios. Atualmente, o Ministério aguarda a entrega do laboratório fornecedor, que informou ter identificado problemas técnicos na produção da vacina. “A pasta está empenhada em solucionar este atraso junto ao laboratório e ressalta que as doses serão enviadas aos Estados assim que a produção for normalizada”, informou.

Ainda segundo a nota, os municípios que tiveram confirmação de casos de raiva em animais receberão as doses para a realização da campanha. Para isso, o Ministério da Saúde irá remanejar as doses destinadas à rotina de vacinação no País.

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