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Primeiro lote de Efavirenz do País será produzido nesta semana

Cada comprimido custará R$ 1,39; a Merck, laboratório que detém a patente, cobrava US$ 1,50 por unidade

Por Fabiana Cimieri
Atualização:

A Fundação Oswaldo Cruz começa a produzir esta semana o primeiro lote do Efavirenz, um dos medicamentos antirretrovirais usado no coquetel antiaids, e que teve o licenciamento compulsório (quebra de patente) decretado pelo Ministério da Saúde em 2006. Cada comprimido custará R$ 1,39. A Merck, laboratório que detém a patente, cobrava US$ 1,50 por unidade, mas, nos últimos dois anos o país vinha importando a droga do laboratório indiano Ranbaxy.   O registro da droga, concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi publicado ontem no Diário Oficial da União. Segundo Eduardo Costa, diretor de Farmanguinhos, unidade da Fiocruz que fabricará os comprimidos, 2,1 milhões de unidades serão entregues ao Ministério da Saúde até 15 de fevereiro.   Antes da quebra de patente, o País gastava cerca de R$ 90 milhões com a compra do remédio, usado por 77 mil pacientes. Com a aquisição do genérico produzido na Índia, a economia superou os R$ 25 milhões anuais.   "Mas não se pode analisar essa importação apenas do ponto de vista financeiro. Importar da Índia pode até ser mais barato, mas economicamente é mais vantajoso fabricar aqui, pela inovação, tecnologia, ampliação do parque industrial e capacidade de gerar novos empregos", analisou.   O Ministério da Saúde já acertou a compra de 15 milhões de comprimidos, que custarão R$ 20, 25 milhões. Costa teme que a alta do dólar tenha impacto nos lotes futuros. "Cerca de 70% do custo final é a compra do princípio ativo dos laboratórios nacionais privados, e algumas dessas matérias-primas são importadas".   Segundo ele, depois dos ajustes nos parâmetros das máquinas, que devem demorar cerca de quatro dias, Farmanguinhos teria condições de produzir cada lote com dois milhões de comprimidos a cada dois dias. "Podemos dobrar a produção se o Ministério quiser", afirmou.

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