
01 de dezembro de 2013 | 02h07
O lançamento do CBERS-3 é uma peça fundamental do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), um ambicioso plano da Agência Espacial Brasileira (AEB), que prevê o lançamento de outros dez satélites até 2020. Tão ambicioso que, para muitos, chega a ser irrealista, considerando as óbvias limitações e fragilidades crônicas do sistema.
Prestes a completar 20 anos, em fevereiro do ano que vem, a AEB não tem nem quadro próprio de recursos humanos. A agência tem apenas sete funcionários: dois motoristas, três assistentes administrativos, um datilógrafo e um auxiliar de serviços gerais. Todos os outros (cerca de 80) são servidores emprestados de outros órgãos, incluindo o presidente da agência, o matemático José Raimundo Braga Coelho.
"Precisamos de um corpo permanente. Se o programa não tem recursos humanos próprios, como é que pode ter sustentabilidade?", disse ele ao Estado. Uma lei aprovada em junho deste ano autorizou a contratação de servidores na AEB, mas o concurso até agora não foi aberto. "Aguardamos ansiosamente", afirma Coelho.
Para ser executado, o PNAE prevê a necessidade de R$ 900 milhões em investimento por ano, em média, na área espacial até 2020 - cerca de três vezes mais do que o orçamento real da AEB nos últimos anos. "Orçamento e resultados andam juntos. Quando você tem resultados, o governo reage com orçamento, e isso ajuda a trazer mais resultados. Estamos em busca disso", diz Coelho. / H.E.
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