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Projeto piloto vai fornecer energias solar e eólica a Fernando de Noronha

Baterias armazenarão energia ao longo do dia para substituir os atuais geradores que funcionam a diesel; projeto pioneiro é desenvolvido pela Itaipu

Por Agência Brasil
Atualização:

 A empresa Itaipu Binacional vem desenvolvendo projeto pioneiro no país para que a energia fornecida à Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, seja substituída por energias solar e eólica ainda este ano. O presidente da Itaipu, Jorge Samek, informou durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que técnicos da empresa vêm trabalhando há vários anos em parceria com diversas empresas europeias, para desenvolver um sistema de baterias “altamente eficiente”, a partir do cloreto de sódio, que não causa danos ao meio ambiente. Essas baterias armazenarão energia solar e eólica ao longo do dia para prover a ilha, com seus cerca de 3,5 mil habitantes, de uma energia “mais pura e renovável, que substituirá os atuais geradores da usina que fornece energia para Fernando de Noronha a partir do óleo diesel. “É um sistema que vem sendo utilizado cada vez mais e que dá mais autonomia aos carros elétricos. O processo consiste em armazenar, durante o dia, a energia solar e também a proveniente dos ventos – abundantes na região – em baterias que acumularão energia para suprir as necessidades da ilha também durante a noite”. Samek informou à Agência Brasil, que o projeto custará cerca de R$ 17 milhões e está sendo desenvolvido a pedido da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. “A Finep solicitou a nós de Itaipu um projeto que aproveitasse todo o sistema solar para abastecer de energia elétrica A Ilha de Fernando de Noronha. Durante o dia será feito o armazenamento energético proveniente do sol e dos ventos em baterias abastecidas com cloreto de sódio”, explicou. Segundo o engenheiro Celso Novaes, responsável pelo projeto, a ideia inicial é instalar uma planta piloto de 4,3 megawatts (MW), o dobro das necessidades atuais da ilha. “Com a implantação do projeto, vamos viabilizar que uma comunidade isolada, que não tem rede de distribuição, possa aproveitar melhor a energia vinda do sol e dos ventos. Segundo ele, a dificuldade inicial foi desenvolver um sistema que permitisse armazenar a energia produzida durante o dia para ser também utilizada à noite. “Basicamente, o conceito consiste em absorver as energias produzidas de forma aleatória (pelo sol e o vento) e sobre as quais você não tem controle, guardá-las em uma bateria especial, totalmente reciclável, e depois devolver essa energia na hora em que a demanda é maior – à noite”. Novaes disse ainda que o sistema é baseado em nova tecnologia, testada em conjunto por empresas brasileiras e europeias. “É um estudo, uma inovação, que já está sendo discutida em fóruns por todo o mundo, inclusive em Roma e nos Estados Unidos, onde também são desenvolvidos projetos pilotos”.

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