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Qual é a diferença entre um hospital e um Cancer Center?

Principalmente para os tipos de câncer mais raros, a diferença pode ser anos de vida a mais. Victor Piana, do A.C.Camargo Cancer Center, e Mary Gospodarowicz, do Princess Margaret Cancer Centre, explicam os benefícios para o tratamento

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Por A.C.Camargo Cancer Center
5 min de leitura
Divulgação: A.C. Camargo Cancer Center 

O tratamento contra o câncer não pode esperar. A pandemia, porém, provocou um efeito perigoso em pacientes com doenças graves, já que muitos deles, preocupados com a contaminação, postergaram a ida ao médico ou abandonaram seus tratamentos. Isso resultou em um diagnóstico tardio, com tumores em estágio mais avançado.

O fragmentado sistema de saúde a que a maior parte dos brasileiros tem acesso pode atrasar ainda mais o tratamento, e é por isso que um Cancer Center - local que permite o rastreio, o tratamento e a reabilitação de casos oncológicos, inclusive os mais raros - colabora para um bom resultado.

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O CEO do A.C.Camargo Cancer, Victor Piana, e a oncologista Mary Gospodarowicz, ex-presidente da UICC e Diretora Médica do Princess Margaret Cancer Centre - instituição canadense parceira do A.C.Camargo Cancer Center, compartilham a experiência do modelo de Cancer Center no tratamento do câncer e o que esse tipo de instituição traz de benefício para o paciente e para a sociedade.

Em uma conversa por vídeo, que é rotineira entre os dois especialistas, ele em São Paulo e ela no Canadá, tivemos a oportunidade de entender os diferenciais da jornada do paciente quando pode ser tratado em um Cancer Center. Confira.

Victor Piana, A.C. Camargo Cancer Center e Mary Gospodarowicz do Princess Maragaret Cancer Centre 

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Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelos pacientes oncológicos no Brasil?

Victor Piana: O diagnóstico tardio e a fragmentação do sistema. O estágio em que a doença é diagnosticada é a variável mais importante para o sucesso do tratamento. O tempo decorrido do início do sintoma até o diagnóstico é muito importante, pois, para alguns tipos de câncer, poucas semanas fazem diferença na chance de cura e sequelas do tratamento. Se a pessoa fica muito tempo com sintoma e não faz o diagnóstico - ou se leva muito tempo para iniciar o tratamento -, o resultado será perda de anos de vida, além de custos mais altos e menor qualidade de vida após o câncer.

Como o A.C.Camargo Cancer Center consegue evitar esses entraves?

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Victor Piana: Atendemos de forma especializada e multidisciplinar todos os tipos de câncer, da criança ao idoso, mesmo os mais raros e complexos, com todas as tecnologias em um só lugar. Fora de um Cancer Center o paciente tem que buscar tratamento em vários locais e instituições, e sem conhecer o que precisa, gasta muito tempo nesse processo, nem sempre busca o especialista certo na hora certa. O paciente faz a cirurgia em uma instituição, quimioterapia em outra, radioterapia em local diferente, às vezes nem reabilita após o tratamento. Essa fragmentação pode resultar em perda de tempo e, consequentemente, de anos de vida ou qualidade de vida.

É difícil que todos os hospitais consigam ter tecnologia disponível e profissionais experientes em todos os tumores. Hospitais gerais podem tratar os casos mais simples com bons resultados, mas tumores avançados e tumores raros são mais bem conduzidos no Cancer Center. Além disto, no Cancer Center ensinamos profissionais para todos os hospitais, testamos novos medicamentos que ainda não estão disponíveis nos hospitais gerais. Não somos apenas um hospital que trata câncer: somos um polo de referência para a oncologia. O papel do A.C.Camargo é colaborar com a melhoria do tratamento do câncer no Brasil, e como fundação sem fins lucrativos, nos sentimos obrigados a retornar o benefício para nosso maior investidor, que é a sociedade civil.

E para o Canadá, qual é a visão do Princess Margaret Cancer Centre?

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Mary Gospodarowicz: O cuidado contra o câncer é inerentemente multidisciplinar. A maioria dos pacientes requer tratamento que integra não apenas métodos diagnósticos complexos, mas também cirurgia, radioterapia e quimioterapia, e tudo isso é administrado de forma mais assertiva dentro dos Cancer Centers. Com isso, essas instituições exercem liderança no controle do câncer na cidade e no país e proporcionam um ambiente de conexão e colaboração para profissionais interessados em melhorar o tratamento do câncer.

Além disso, os Cancer Centers podem ser colaborativos. Podem colaborar tanto dentro do país como para outros locais, compartilhando experiências e pesquisas. O Princess Margaret Cancer Centre tem uma longa história de colaboração e pesquisa global com muitas instituições, mas nos últimos 20 anos desenvolveu colaborações em que também é discutido como organizar e entregar cuidado, e tentamos aprender uns com os outros.

Qual a importância da colaboração entre Cancer Centers e como é a parceria do Princess Margaret Cancer Centre com o A.C.Camargo Cancer Center?

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Mary Gospodarowicz: No passado as colaborações eram desafiadoras, pois se tínhamos uma parceria, era esperado que especialistas das duas instituições se encontrassem presencialmente - e isso consumia tempo, além de ser dispendioso. A comunicação virtual proporcionada pela pandemia trouxe vantagem e esses encontros se tornaram frequentes. O A.C.Camargo Cancer Center tem programas maravilhosos que superam os nossos, portanto nós podemos aprender com eles, assim como esperamos que eles também aprendam com os sistemas que temos.

Além da colaboração, o espírito competitivo também é um incentivo à evolução das terapias. O time de cirurgia pode competir com o time de radioterapia para entender qual é mais inovador ou qual proporciona melhor ciência. A competição e a colaboração sempre elevam o nível de exigência e melhoram o que podemos proporcionar para nossos pacientes. A colaboração com o A.C.Camargo Cancer Center tem sido muito popular entre meus colegas no Princess Margaret Cancer Centre e as sessões que temos em conjunto são bem frequentadas e com um grande nível de interesse.

O A.C.Camargo Cancer Center tem uma oportunidade imensa de ser inspiração e luz no controle do câncer na América Latina, porque a região tende a trocar experiências internamente de forma mais fácil por conta da linguagem, da cultura e da proximidade geográfica. Pela sua conectividade global com outros Cancer Centers, o A.C.Camargo Cancer Center pode proporcionar liderança nesses esforços. Nós sabemos que juntos somos mais fortes.

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Como implantar o modelo e os aprendizados dos Cancer Centers em instituições menores?

Victor Piana: Temos divulgado o modelo Cancer Center e seus benefícios para os pacientes no Brasil de diversas formas. O Master Course que será oferecido pela Union for International Cancer Control (UICC) e liderado pelo Princess Margaret Cancer Centre é um caminho, pois visa divulgar o conceito de Cancer Center para todos os países do mundo e uma maneira prática de implantar nas mais diversas localidades. O curso deve contar com a participação de quatro Cancer Centers de quatro continentes diferentes, exatamente para tentar traduzir a pluralidade das versões e como adaptar para cada realidade.

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