
08 de maio de 2009 | 10h56
NOVA YORK - A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta sexta-feira,8, aos países que não coloquem em quarentena cidadãos mexicanos saudáveis, levando em conta apenas sua nacionalidade, pois isso viola o direito internacional. Dezenas de mexicanos foram colocados sob quarentena pela China nesta semana por causa do surto da gripe suína, que já infectou mais de mil pessoas no México e provocou 42 mortes no país. O governo mexicano disse que a ação chinesa foi discriminatória, mas Pequim defendeu a medida.
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"Mexicanos que não tenham sintomas de gripe e não tenham estado no México na última semana claramente não estão mais propensos a serem portadores do (vírus) 'influenza' A-H1N1 do que qualquer outro residente no país onde eles estejam presentes", disse Rupert Colville, porta-voz de Pillay, a jornalistas em Genebra.
As autoridades têm o dever de proteger seus cidadãos, mas isolar indivíduos só se justifica se houver um risco genuíno, baseado em realidades médicas, o que inclui os períodos de incubação, segundo ele.
"Ninguém deveria ser posto em quarentena apenas com base na sua nacionalidade. Isso seria um caso inaceitável e claro de discriminação", afirmou Colvillle.
A discriminação com base na origem nacional é proibida pela Declaração Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, ratificado por 164 países, segundo ele.
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