Ministro da Saúde prevê a distribuição de 16,8 milhões de doses nos próximos seis dias

Marcelo Queiroga citou dado em discurso na recepção de carga de vacinas da Pfizer, em Viracopos. Cidades tiveram de interromper aplicação nos últimos dias por falta do imunizante

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na noite desta quinta-feira, 29, que o governo federal vai distribuir 16,8 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 nos próximos seis dias. O anúncio foi feito em discurso na recepção da carga de 1 milhão de doses da vacina da Pfizer, que será enviada para as capitais brasileiras a partir desta sexta-feira, 30. 

Carga com vacinas da Pfizer foi recepcionada por ministros no Aeroporto de Viracopos Foto: ALEX SILVA/ESTADAO

Queiroga não explicou qual o quantitativo de distribuição das outras duas vacinas utilizadas no País, o imunizante Coronavac, do Instituto Butantan, e a vacina do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O anúncio ocorre em um momento em que cidades de diferentes Estados tiveram de interromper a aplicação por falta de doses

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Apesar desse cenário, o ministro exaltou a capacidade de vacinação vista no Brasil, citando o dado de que o País é o quinto que mais aplicou doses contra a covid-19, atrás de Estados Unidos, Índia, China e Reino Unido. O número, no entanto, faz referência ao dado absoluto de vacinas e não leva em consideração a proporção em relação ao total da população brasileira. Ao menos 50 países já aplicaram mais doses que o Brasil em termos proporcionais.

Avião com carga de vacinas da Pfizer pouso no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, na noite desta quinta-feira Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Dados do consórcio de veículos de imprensa desta quinta-feira mostram que as cidades brasileiras imunizaram 31,2 milhões de pessoas com a primeira dose, o que representa 14,74% do total da população. A porcentagem cai para 7,15% entre os que receberam as duas doses, necessárias para a imunização completa. Com o ritmo de imunização aquém do ideal, o País chegou nesta quinta a 400 mil vítimas da covid-19

Sobre as 16,8 milhões de doses, Queiroga destacou que o número equivale ou supera a população de países como Portugal, Grécia e Israel. “Tudo isso é possível graças à força do Programa Nacional de Imunização. Negacionismo é querer negar o óbvio: vacinamos a nossa população com eficiência sem precedentes. Temos capacidade para vacinar 2,4 milhões de pessoas todos os dias”, disse na pista de pouso de Viracopos. 

Apesar de dispor dessa capacidade, o número máximo ainda não foi atingido na atual campanha de vacinação. Nas últimas 24 horas, por exemplo, as cidades aplicaram 977 mil  vacinas, entre primeira e segunda dose. 

“O governo tem o compromisso de levar imunizantes seguros, eficazes e efetivos, e aprovados pelas nossas autoridades sanitárias. É assim que vamos angariar a confiança da sociedade brasileira”, comentou o ministro da Saúde. O acordo com a Pfizer prevê 100 milhões de doses e foi fechado neste ano após entraves do governo na negociação no ano passado, quando 70 milhões de doses foram oferecidas. Nesta semana, a Anvisa negou o pedido de Estados para importar a vacina russa Sputnik V. 

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