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Rara planta japonesa tem o maior genoma já encontrado

A Paris japonica tem 50 vezes mais DNA que o ser humano e 15% mais que o segundo colocado

Por REUTERS
Atualização:

Cientistas britânicos dizem que uma rara planta japonesa, Paris japonica, tem o maior genoma já descoberto, o que a coloca em grave risco de extinção.

 

"Algumas pessoas podem se perguntar quais as consequências de um genoma tão grande, e se realmente importa se um organismo tem mais DNA que outro", disse Ilia Leitch, pesquisadora do Jardim Botânico Kew, de Londres. "A resposta é um sonoro 'sim'".

 

"Ter um genoma grande aumenta o risco de extinção. O quanto maior, mais risco você corre".

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A grande variação em tamanho de genoma - a quantia de DNA - em plantas e animais fascina e intriga cientistas há tempos. Com 152,23 picogramas de DNA, a Paris japonica tem 15% mais que o detentor anterior do recorde, o peixe pulmonado Protopterus aethiopicus, com 132,83 pg.

 

É também 50 vezes maior que o genoma humano, que tem meros 3,0 picogramas. Um picograma é um trilionésimo de grama.

 

Leitch disse que a importância do tamanho está no fato de que quanto mais DNA existe no genoma, mas tempo a célula precisa para fazer a cópia do material genético necessária para dividir-se.

 

"O efeito final disso é que pode demorara mais para um organismo de longo genoma completar seu ciclo vital do que um com genoma menor", disse ela.

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Isso explica porque muitas plantas que vivem em desertos e que precisam crescer depressa, para aproveitar as chuvas raras, têm genomas pequenos, enquanto que espécies de genoma maior crescem muito mais devagar e não ocorrem nesse tipo de hábitat.

 

Leitch disse que, no caso das plantas, pesquisas mostram que as que têm grandes genomas correm mais risco de extinção, estão menos adaptadas a viver em solo poluído e são menos capazes de tolerar extremos climáticos.

 

O menor genoma já documentado é o de um parasita que ataca seres humanos e outros mamíferos,  Encephalitozoon intestinalis, com apenas 0,0023 picograma de DNA.

 

A planta que, por 34 anos, deteve o recorde de maior genoma do reino vegetal era a Fritillaria assyriaca, até que um grupo de cientistas holandeses descobriu uma planta 4% maior, com 132,50 pg, agora desbancada pela  Paris japonica. A nova descoberta é relatada no Botanical Journal of the Linnean Society.

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