Recadastramento tira 400 pacientes de lista de transplante

Do total, 117 pacientes que aguardavam um transplante de fígado na lista fluminense do já morreram

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Por Fabiana Cimieri e da Agência Estado
Atualização:

Dos 1.057 pacientes inscritos na lista de espera por um fígado, apenas cerca de 650 continuam ativos após o recadastramento realizado pela Secretaria Estadual de Saúde. A medida foi anunciada depois da prisão do médico Joaquim Ribeiro Filho, sob a acusação de desrespeitar a fila.   Legislação nacional ignora uso de órgão 'marginal' Médico não considera ter furado fila em transplantes no Rio Lista única e transplante de fígado Grupo defende médico preso e pede cota de transplantes Operação Fura-Fila complica ainda mais transplantes no Rio   A partir desta quarta-feira, 20, a ordem dos pacientes na fila será divulgada na internet, nos moldes do que já é feito pelo governo de São Paulo. Até o final do ano, também será feito o recadastramento das filas de rim e córnea.   O resultado do novo levantamento, divulgado nesta terça, mostra como a lista estava desatualizada. Do total, 117 pacientes já morreram, 377 não estava com seus contatos atualizados no cadastro, 20 deles não tinham mais indicação médica para o transplante e oito haviam realizado o transplante intervivos.   Em todos esses casos listados acima, a responsabilidade de comunicar a central estadual de transplante é da equipe médica. No Rio, apenas duas equipes estão habilitadas a operar em quatro hospitais, dois federais - Hospital Geral de Bonsucesso e Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - e dois particulares - São José do Avaí e Clínica São Vicente.   Muitos pacientes estavam com os exames de sangue desatualizados. A partir deles é que se calcula o índice de Meld - que mede a gravidade e determina a ordem da fila. Os pacientes mais graves, com o Meld acima de 26, devem refazer o exame mensalmente, os que têm o índice abaixo desse valor precisam refazê-lo a cada três meses.   "A lista na internet vai dar transparência ao processo. Os pacientes não sabiam quando seus exames venciam, porque estavam na lista e qual a sua posição na fila", disse a superintendente de Atenção Especializada da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec), Hellen Miyamoto.

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