Reino Unido e Islândia lideram ranking de redução de câncer de mama na Europa

Cientistas avaliaram mudanças nas taxas de mortalidade em 30 países europeus entre 1989 e 2006

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Por Redação
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LONDRES - As taxas de mortalidade por câncer de mama caíram significativamente na Europa nos últimos 20 anos, graças sobretudo a diagnósticos e políticas de tratamento mais eficientes. O Reino Unido e a Islândia lideram a lista, segundo informaram os cientistas nesta quinta-feira, 12, no British Medical Journal.

 

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Pesquisadores coordenados por Philippe Autier, do Instituto Internacional de Pesquisa sobre Prevenção, na França, avaliaram mudanças nas taxas de mortalidade em mulheres de 30 países europeus entre 1989 e 2006. Os índices encontrados diminuíram, em média, cerca de um quinto nesse período.

 

A variação na mortalidade pela doença foi de uma queda de 45% na Islândia a um aumento de 17% na Romênia. A letalidade por câncer de mama em países da Europa Central se manteve estável ou aumentou em alguns casos. Os cientistas disseram que novos esforços são necessários para melhorar o diagnóstico e o tratamento a fim de reduzir a mortalidade "evitável".

 

Inglaterra e País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte tiveram a segunda, terceira e quarta maiores diminuições da doença - 35%, 30% e 29%, respectivamente.

 

"As mudanças na mortalidade por câncer de mama após 1988 variaram bastante entre os países europeus, e o Reino Unido está entre as regiões com as maiores reduções", escreveram os pesquisadores.

 

Especialistas que comentaram o estudo - que usou as taxas de mortalidade da Organização Mundial da Saúde (OMS) - disseram que a pesquisa é mais confiável que outras que analisaram as taxas de sobrevivência ao câncer, já que poderiam ser distorcidas por alterações no número de casos da doença.

 

O câncer de mama mata cerca de meio milhão de pessoas em todo o mundo por ano e é o tipo mais comum de tumor nas mulheres que vivem em países ricos.

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A equipe de Autier disse que os países com grandes quedas nas taxas de mortalidade, como o Reino Unido, têm se beneficiado de abrangentes e organizados programas, além de uma utilização rápida e geral do medicamento genérico do tamoxifen e de sessões de quimioterapia.

 

"No outro extremo do espectro, em países pequenos da Europa Central, a pequena diminuição ou o aumento da mortalidade por câncer de mama foi relacionado a baixas e desorganizadas atividades de diagnóstico, pequeno número de máquinas de mamografia, absorção lenta de drogas anticâncer, e despesas com saúde abaixo da média europeia", escreveram os autores do estudo.

 

Mas os pesquisadores também observaram que em alguns países, como França, Suécia e Finlândia, onde os gastos com saúde são relativamente altos e o foco no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama tem sido bom, as taxas de mortalidade caíram menos que o esperado.

 

"O declínio na mortalidade por câncer de mama na França foi bastante modesto, apesar de o país ter uma das maiores quantidades de aparelhos de mamografia por milhão de mulheres, concentrar os maiores gastos em medicamentos contra o câncer por pessoa de toda a Europa, ser vanguarda em tratamentos caros e dedicar grande parte de seu esforço a uma maior adesão de diretrizes", escreveram.

 

As taxas de morte por câncer de mama diminuíram 16% na Suécia, 12% na Finlândia e 11% na França.

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