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Remédio contra vírus H1N1 desaparece de farmácias paulistanas

Laboratório Roche reconhece aumento na procura pelo produto Tamiflu na segunda quinzena de março; hospitais têm lotação

Por Paula Felix
Atualização:
Prevenção. Hospital Samaritano, no centro de SP, fornece máscaras para evitar contágio Foto: GABRIELA BILO / ESTADAO

SÃO PAULO - As suspeitas de contaminação com a gripe H1N1 mudaram a rotina de farmácias e hospitais da cidade de São Paulo. O medicamento indicado para pacientes com o vírus, o Tamiflu, já desapareceu das prateleiras. Máscaras e orientações para evitar a proliferação da doença estão disponíveis nas entradas de prontos-socorros particulares da capital.

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Falta Tamiflu na cidade há semanas, disseram ao Estado farmacêuticos e pacientes. “Comecei a procurar ontem (terça) nas farmácias. Fui do Cambuci, na capital, até Osasco procurando. Passei por dez farmácias e não achei”, disse o servidor público Cláudio Pereira, de 41 anos.

Sua mulher recebeu o diagnóstico da doença na terça-feira e só conseguiu o medicamento na rede pública. “Pegamos uma cartela com dez comprimidos para ela tomar por cinco dias, que foi a recomendação.”

Na semana passada, a advogada Kátia Luz, de 48 anos, encarou a saga pelo medicamento para o filho de 10 anos, que chegou a ficar internado. “Passei um dia procurando e não achei. Fiquei desesperada. Sorte que uma amiga me indicou uma farmácia da rede pública.”

A rede de farmácias Pague Menos informou que o medicamento não está disponível nem no estoque nem nas lojas. A rede Raia Drogasil teve alta demanda e está em contato com o laboratório para tentar normalizar o estoque.

Em nota, o laboratório Roche, responsável pelo produto, informou que um aumento na procura foi registrado a partir da segunda quinzena de março, esgotando a versão de 75 mg do medicamento, e diz que novos lotes vão chegar em abril. “A Roche mantém estoque das apresentações de 30 mg e 45 mg, que são parte de um plano de distribuição que visa a atender solicitações de farmácias, hospitais e distribuidores.”

Atendimento. Na tarde desta quarta, a coordenadora de shows e eventos Luciana de Carvalho Bueno, de 34 anos, procurou o Hospital Samaritano, em Higienópolis, no centro, após apresentar sintomas da gripe. “Tive náusea, enjoo, febre, moleza no corpo e na madrugada tive falta de ar. Por isso, vim ao hospital. Essa gripe me derrubou muito rápido.”

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Embora tenha de esperar 48 horas para saber o resultado dos exames, ela já recebeu uma receita de Tamiflu para se medicar caso o diagnóstico se confirme. Luciana já planeja tomar a vacina da gripe neste ano. “Tomei há dois ou três anos e estou pensando em voltar depois dessa suspeita”, contou.

Com o alto fluxo de pacientes, o hospital colocou um banner explicando que o tempo de espera poderia ser maior em função dos casos de H1N1, além de dengue e chikungunya. Por volta das 20h15 desta quarta, o tempo estimado no pronto-socorro era de 3 horas e 19 minutos.

Luciana, assim como outros pacientes, usava uma das máscaras descartáveis colocadas à disposição pela administração do local. “Tem muitos casos de H1N1. É pela segurança de todos”, afirmou a coordenadora de shows.

A medida também foi adotada no Hospital Santa Isabel, em Santa Cecília, na região central. “A gente pega na recepção e usa dentro do hospital”, contou a advogada Ana Regina Barros da Cunha, de 27 anos.

Ela começou a apresentar os sintomas na segunda-feira e ficou preocupada. “É uma gripe mais pesada, com uma febre que não quer baixar.” Ana Regina disse que ainda não recebeu o diagnóstico confirmando a doença. 

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