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Restaurantes apostam em gastronomia funcional

De olho nos clientes que buscam saúde e sabor, empreendedores criam receitas sem carne, glúten, lactose e açúcar

Por Valéria França
Atualização:

SÃO PAULO - Se de um lado os consumidores procuram alimentos que atendam às suas expectativas, de outro existem empresários ávidos por investir em nichos do mercado com potencial de crescimento. “Outro dia me emocionei porque comi um crepe com ganache de chocolate e sorvete, sem lactose e sem glúten”, diz a design de interiores Nathália Ekstein, influenciadora digital, com 1,8 mil seguidores no Instagram. 

Montada com legumes e vegetais, vitrine do restaurante Olea chama a atenção Foto: Sérgio Castro/Estadão

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Tratava-se de uma sobremesa famosa de um dos restaurantes preferidos dos naturebas chiques, o Le Manjou, que nasceu em 2008, em uma pequena casa da Vila Madalena, com a bandeira de comida funcional, sob o comando de Bruno Fattori e do chef Renato Caleffi, apaixonados por sustentabilidade e qualidade de vida. Reações como a de Nathália fizeram com que a casa crescesse, se sofisticasse e mudasse de endereço. Há cinco anos, o Le Manjou foi para a Vila Nova Conceição e passou a se intitular Organic Gourmet Cousine. Ganhou mais dois sócios, Rodrigo Rivellino, um expert em Comunicação, e o ator Bruno Gagliasso. Hoje, grande parte dos produtos sai da própria horta do restaurante. 

A vitrine montada com legumes e vegetais coloridos no balcão do Olea, restaurante orgânico especializado na gastronomia italiana mediterrânea, também seduz os olhos dos clientes. “No cardápio estão pratos sem lactose e sem glúten, porque hoje a procura é grande”, diz Fábio Vita Diomelli, de 38 anos, um dos sócios.

Com ambiente acolhedor, charmoso e cheio de plantas, o restaurante abriu este ano a terceira unidade, na Avenida Faria Lima, dentro da loja da Mercedez. “Até o fim de 2017, inauguraremos a quarta.”

Com o título de a melhor chef mulher do mundo de 2013, segundo a revista inglesa The Restaurant, Helena Rizzo é outra que aposta em ingredientes orgânicos – fornecidos pela Fazenda da Toca, do empresário Pedro Paulo Diniz – para oferecer o melhor da gastronomia contemporânea. Aberto em 2006, o restaurante expandiu e virou carro-chefe de um grupo, que inclui o Restaurante Manioca, Casa Manicoca, Padoca do Mani, feito para atender a necessidade dos clientes principalmente interessados em eventos. 

Até em festas corporativas tem menu natural. No dia 22 de maio, na festa da Casa Cor, maior mostra de decoração do País, no Jockey Club de São Paulo, entre vinhos e espumantes, os garçons serviam canapés de pão de cenoura com abobrinha, entre outros quitutes verdes.

Consumidor quer conhecer origem dos ingredientes

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O natureba chique é um consumidor muito exigente. Faz questão de se informar sobre todos os ingredientes, de onde vêm e como são produzidos.

A economista Babi Conte, de 28 anos, perde um bom tempo no supermercado lendo rótulos dos produtos. “Comecei a me interessar por uma alimentação mais saudável há quatro anos, quando a blogueira Gabriela Pugliese passou a postar seu dia a dia com dicas de alimentação natural, mostrando que os novos hábitos tinham feito com que ela se livrasse do efeito sanfona.”

Na época, diz Babi, era mais difícil comprar ingredientes como farinha de arroz, linhaça, chia e pão sem glúten. Só encontrava em casas especializadas. “Hoje, todos os supermercados grandes tem uma seção especial. Também surgiram restaurantes descolados, com muitas opções para quem tem uma dieta mais seletiva.”

Encantada com as descobertas, Babi criou o blog Fit Food Ideas, com dicas de lojas, endereços e restaurantes. “Quando você passa por uma reeducação alimentar, a vida muda. Hoje, não faltam na minha geladeira brócolis, queijo de cabra, ovo, espinafre, abobrinha. E eu tenho muito prazer.” 

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