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Rio cria teleandentimento para gripe e estuda adiar aulas

Além do Disque Gripe, um site na internet vai orientar a população sobre quando procurar uma unidade saúde

Por Fabiana Cimieri e da Agência Estado
Atualização:

Com cinco mortes confirmadas por gripe suína, entre elas a de uma grávida que passou por dois hospitais estaduais antes de morrer numa clínica particular, os secretários estadual e municipal de Saúde do Rio, Sergio Cortes e Hans Dohmann, anunciaram que, a partir de segunda-feira, entrará em funcionamento um sistema de teleatendimento para pacientes com gripe.

 

Além do Disque Gripe, um site na internet pretende orientar a população sobre quem deve procurar uma unidade saúde.

 

Governo pede que alunos com gripe não voltem às aulas

Rio lançará na segunda-feira o Disque Gripe Suína

 

 

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Os atendentes serão supervisionados por médicos e estão passando por um curso de capacitação. Serão 40 postos por turno, totalizando 120 atendentes que receberão chamadas de 6h às 23h30, todos os dias da semana. 

 

"O que identificamos nessa semana após a primeira morte é que as emergências ficaram lotadas de casos de resfriado", disse Cortes. Todos os casos de gripe, sazonal ou suína serão tratados da mesma forma. "Suspeita de gripe será tratada como gripe. Temos que entender o que está acontecendo e evitar falhas no fluxo de atendimento", afirmou. 

 

O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), Luiz Fernando Moraes, considera que todas as medidas para informar a população são positivas. Mas adverte para o risco de os médicos serem substituídos por atendentes de telemarketing.

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"Há um clima de muito medo e esses serviços ajudam se forem para informar, mas há casos em que a visita ao médico é imprescindível."

 

Para Cortes, agora que o vírus está circulando no Estado, a função das autoridades é garantir o atendimento a toda população. No entanto, dos quatro polos de acolhimento que fazem a classificação de risco dos pacientes com sintomas de gripe e já estão em funcionamento no Rio, nenhum deles tem oseltamivir (Tamiflu).

 

Apenas os pacientes graves encaminhados para os centros de referência têm recebido o medicamento, que faz mais efeito quando administrado até 48 horas após o início do tratamento. 

Cortes disse já ter feito o pedido de mais tratamentos do antiviral ao Ministério da Saúde, mas ainda não sabe se o pedido será atendido, já que o protocolo vigente até hoje preconiza a medicação apenas dos casos graves.

 

O problema é que muitas das mortes já confirmadas aconteceram em pacientes que procuraram as redes pública ou privada e não eram classificados como de risco.

 

Alguns não tiveram tempo de receber o medicamento. Outros morreram mesmo depois de tomar o remédio, como foi o caso de um administrador de empresas de 50 anos, morador da capital paulista.

Seus primeiros sintomas começaram no dia 6 de julho.

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No dia 11, já com pneumonia e insuficiência respiratória, ele recebeu o Tamiflu, que não fez efeito. No dia 12, ele morreu. 

 

Para o infectologista da UFRJ, Edimílson Migowski, o protocolo do ministério, que segue as recomendações da OMS, induz a esse tipo de falha. "É improvável que uma pessoa sem doença de base se apresente de forma grave nas primeiras 48 horas. O médico fica numa situação complicada porque tem que praticar futurologia, já que pelo protocolo essas pessoas não mereceriam ser medicadas". 

 

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No Rio, Cortes admitiu a possibilidade de adiar a volta às aulas, prevista para o dia 3 de agosto. Segundo o secretário, a evolução do número de casos na próxima semana vai determinar se haverá necessidade de adiamento, que seria recomendado a escolas municipais, estaduais e particulares. 

 

A Defensoria Pública da União decidiu entrar com uma ação civil pública contra a União, Estado e município por omissão no combate à epidemia de gripe suína, pedindo indenização por danos morais e materiais para as famílias das vítimas fatais e quem contraiu a doença. "No caso de morte, pediremos indenização entre 300 e 500 salários mínimos", disse o defensor André Ordacgy.

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