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Rio descarta caxumba em caso de morte de estudante de 14 anos

Juliana de Freitas Guedes estudava em colégio que teve 44 casos da doença; segundo laudo, jovem teve um quadro de encefalite

Por Clarissa Thomé
Atualização:

Atualizada às 17h59

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RIO - A Secretaria Municipal de Saúde informou que a estudante Juliana de Freitas Guedes, de 14 anos, que morreu na terça-feira passada, não teve caxumba. Aluna do pH, escola que teve 44 casos da doença, ela ficou internada por 11 dias e teve um quadro de encefalite (inflamação aguda no cérebro, desencadeada por vírus ou bactéria). O laudo do Instituto Noel Nutels deu negativo para o vírus da caxumba.

De acordo com o Ministério da Saúde, o esquema de vacinação contra o vírus da caxumba não será alterado - a recomendação é de que as crianças sejam vacinadas aos 12 meses e recebam nova dose aos 15 meses.

O secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, informou que a maioria dos casos registrados na cidade ocorreu em pessoas não vacinadas. 

A vacina fornecida nos postos de saúde é fabricada pela GSK, que está transferindo a tecnologia da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para BioManguinhos, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável pela fabricação de vacinas e biofármacos. 

“Não há o menor indício de que a vacina seja ineficaz”, afirmou o pediatra Reinaldo Menezes Martins, consultor científico de BioManguinhos. Ele informou que a instituição fez três testes de efetividade da vacina. No esquema de vacinação aos 12 meses de idade e aos 19 meses, a imunidade chegou a 100%. Testes do Centro de Controle e Prevenção de Doença de Atlanta, nos Estados Unidos, mostram que a efetividade da vacina fica entre 79% e 95% se tomadas doses aos 12 meses e aos 15 meses de idade. 

“Na tríplice viral, o componente mais fraco é o da caxumba. Isso é sabido há muito tempo. Mas não estamos tendo nada aqui que já não tenha sido descrito na Europa e nos Estados Unidos”, explicou o médico. 

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Segundo ele, os surtos são cíclicos e reduzem quando diminui o número de pessoas suscetíveis ao vírus. 

Dados da Secretaria de Saúde de São Paulo mostram, por exemplo, que os últimos surtos no Estado ocorreram em 2007 e 2008, com 3.426 e 3.394 casos registrados, respectivamente. Nos dois anos, morreram 4 pessoas. 

“Nada se compara ao período anterior à vacina, quando o que se tinha era uma epidemia de grandes proporções”, afirmou Martins.

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